CALCINHA PRETA

Ah! Essas mulheres maravilhosas. Que seria de nós homens sem tê-las ao nosso lado. Deus, na sua sabedoria, criou um ser especial, dotado de bom senso para equilibrar o juízo dos homens.

E além de tudo, são muito espertas; sabem fazer as coisas certas. Sabem como envolver um homem em suas teias e segurá-los com um encanto mágico.

Arnaldo tinha um exemplo prático de estratégia feminina para contar a seus amigos. Juliana, sua atual esposa, havia lhe armado uma arapuca para caçá-lo como um passarinho faminto em busca de alpiste. Caiu no alçapão direitinho.

Juliana era uma mulher bonita, divorciada. Namorava Arnaldo há algum tempo. Arnaldo, não se decidia, parece que estava sempre adiando um compromisso sério com Juliana e não queria nem que ela comunicasse a seus filhos que eles namoravam. Na frente da família dela tratava-a simplesmente como uma grande amiga.

Uma ou duas vezes por semana ela ia até o apartamento dele e lá ficava algumas horas no rala e rola, aproveitando os prazeres da carne. Numa das vezes em que lá esteve, depois de tomar uma ducha, deixou a calcinha preta pendurada no varal de roupas existente na lavanderia. Era uma calcinha feita sob encomenda e tinha gravado o nome de Juliana na parte da frente, portanto, totalmente diferente das vendidas nas lojas de lingerie.

Arnaldo nem percebeu que ela havia deixado a calcinha em seu apartamento.

Na noite seguinte, Juliana foi jantar na casa de Arnaldo e levou suas duas filhas, seu filho e a futura nora, juntos.

Sentados à mesa de jantar todos conversavam alegremente e Arnaldo, cerimonioso e com ar sério, interpretava o papel de amigo de Juliana e mal olhava para ela, como se nada houvesse entre eles. Foi quando a filha mais nova de Juliana foi levar o prato vazio na pia da cozinha e olhando o varal de roupas gritou:

- Nossa! O que é que a calcinha da mamãe está fazendo no varal do seu Arnaldo?

Juliana fingiu-se envergonhada e Arnaldo, feito um bobo, exclamou:

- Essa calcinha é da sua mãe?

A gargalhada foi geral e até Arnaldo não conseguiu segurar o riso.

Não teve alternativa para Arnaldo a não ser assumir o romance com Juliana. Selaram com um beijo, na frente de todos, o romance até então secreto.

Mulheres matreiras, inteligentes, maravilhosas. O que seria de nós homens sem elas.

CLEOMAR GASPAR
Enviado por CLEOMAR GASPAR em 18/04/2013
Reeditado em 04/05/2013
Código do texto: T4247967
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