Humanos não, homens!
Resquício de aristocracia. Conservação, reprodução consciente e inconsciente. Antropologia política. Elite carioca. Fartura era sinônimo de riqueza. A etiqueta excomunga quem raspe o prato. Ontem o peito de frango, hoje o euro; portas que se abram! O resto é deixado para os funcionários. Pretos. A cozinheira também, é claro. O gerente é pardo, mas não bastardo. Anda de lá para cá, daqui para ali. Confuso, o cafuzo. Sua, mas o cabelo continua seco. Na cozinha, eles separam – sim, os pretos – não os restos, claro que não! Mas as sobras para o fim do expediente. A etimologia explica a sutileza gramatical para os homens doutos etc. Ainda na mesa, a fêmea brinca com a filha branca do sorriso branco – similar aos dos afrodescendentes – e não, não separam as contas. Ele, o pardo (que julga-se branco), abre a carteira e paga. Assim, cheio de si. Cheio do mundo. Saíram de barriga cheia, opa, quer dizer... Saciados. Mas é claro, falando mal da comida. E os funcionários, apáticos, mas famintos, se deliciam com o banquete!