VIDA QUE SEGUE

Máscaras a encobrir nossa face. Criadas pelo medo que se instala no ser obscurecido pela ausência do verdadeiro eu.

Papéis que cumprimos numa sociedade doente e cada vez mais desumanizada, onde o que menos importa é o ser, onde o homem vale pelo que possui.

Nas ruas pessoas caminham com pressa, sem sequer olharem-se nos olhos.

Trabalhadores, prostitutas, estudantes, crianças, velhos, sábios e ignorantes.

Atravesso a rua entre os carros que passam. Tudo parece tão sem sentido.

O tempo urge. As buzinas soam em meus ouvidos.

Onde estou nesse mundo?

O que sou?

Que papel assumo?

E você está usando uma máscara?

Onde está sua verdadeira face?

Essas máscaras que emolduram o rosto e em seu contínuo uso nele tomam forma.

De tal maneira se incorporam e se amoldam que torna-se difícil vislumbrar a face original.

No exercício constante do disfarce a consciência de si mesmo se perde pouco a pouco.

Quem é você?

Você é feliz?

Você é triste?

Você é meu amigo ou inimigo?

No palco da vida personagens assumem seu papel no diário teatro de máscaras.

A vida segue seu curso e nela seguimos como um espectro do que somos.

Nos apresentamos num teatro de máscaras sem cumprirmos nosso principal e real papel:

desvendar quem realmente somos e mostrar nosso próprio rosto.

Para onde caminhamos todos nós, homens e mulheres sem rosto. Para onde iremos, sabedores que somos das demandas instáveis de uma não sociedade ao nosso redor.

Ao sairmos de nossas casas antes deveremos pensar, que máscaras precisarei usar hoje ?

A máscara do medo, a máscara do orgulho, a máscara da humildade, a máscara da loucura ou hoje usarei meu próprio rosto?

E qual será meu próprio rosto, perdido em meio a tantas máscaras.

( Inspirado em Mask - Música de Iggy Pop)