EM BUSCA DO ANEL PERDIDO

Minha namorada tinha16 anos, eu 19. Ela tinha ganhado um anel de presente de 15 anos do pai dela. Resolveu deixá-lo comigo para que eu lembrasse dela. Guardei o anel dentro da carteira de cigarros, para não perdê-lo.

No dia seguinte, dei pela falta do anel. Pensei... pensei... e lembrei onde o tinha guardado. Na carteira de cigarros, ora bolas. Na carteira de cigarros? Meu Deus! Quando fumei o último joguei-a fora. Onde? Onde a joguei?

No pensamento comecei a refazer o trajeto do dia anterior, que havia sido um Domingo. Saí do Batel, peguei o buzunga, desci na Praça Zacarias, subi a Rua Dr. Murici, cheguei à Praça Tiradentes e ... Heureca (ou será Eureca?) !!! Fumei o último cigarro da carteira e dei uma bicuda na dita cuja. (Coisa feia... joguei na rua).

Corri para o ponto do ônibus. Mais ou menos às 8 horas desci na Praça Generoso Marques. Ao chegar à esquina da Generoso com a Tiradentes vejo um gari varrendo a rua e, as uns 5 metros dele, uma reluzente carteira de cigarros vazia e amassada. Apanho-a, desamasso e ... Tchan... Tchan... Tchan... Tchan...

Lá estava, belo e formoso, o anel da minha namorada.

CLEOMAR GASPAR
Enviado por CLEOMAR GASPAR em 27/01/2012
Reeditado em 01/02/2021
Código do texto: T3465751
Classificação de conteúdo: seguro