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ENCONTROS E DESENCONTROS
Quando Oscar entrou naquela sorveteria não imaginava a surpresa que o esperava.
Em uma mesinha estava uma moça sozinha tomando calmamente o seu sorvete.
—Melissa! É você mesma?
Ela levantou os olhos e fitou-o surpresa:
—Oscar! Como este mundo é pequeno. Pensei que nunca mais nos veríamos!
E de repente o passado ressurgiu. Ambos reportaram-se há quinze anos quando aquilo aconteceu.
Não tinham quinze anos completos, eram namorados e estavam apaixonados, mas esse amor ingênuo e inconsequente acabou por tornar-se motivo de preocupação, medo, vergonha.
Quando Melissa contou ao Oscar que estava grávida ele ficou assustado sem saber o que fazer.
—Temos que nos casar, mas não sei se podemos, pois somos menores de idade...
Precisavam contar aos pais mesmo sem poder sequer imaginar qual seria sua reação.
Foi como se uma bomba tivesse caído sobre todos.
O pai de Oscar ficou furioso, quase o espancou, a mãe chorou e por fim resolveram ir conversar com os pais de Melissa para ver o que seria melhor fazerem.
Estes os receberam friamente e disseram que já tinham resolvido. Melissa teria o filho e o dariam para adoção.
Ficaram aliviados. Tinham resolvido o problema.
Oscar não se conformou. Amava Melissa e achava que os pais podiam dar-lhes apoio até que pudessem se casar. Achava que tinha direito sobre o filho que ia nascer, mas não sabia como reivindicar tal direito.
Melissa foi praticamente presa em sua casa. Não lhe era permitido nem sair â janela e os dois namorados nunca mais se viram.
A família dela saiu da cidade antes do bebê nascer e Oscar nunca mais soube dela
Mas não conseguiu esquecê-la. Sempre imaginava como seria o seu filho e onde poderia estar agora. Ficou de certa forma traumatizado de tal sorte que nunca mais teve uma namorada.
Sonhara tanto com esse momento e agora não estava sonhando, estava ali sentado a sua frente, falando de coisas triviais, sem coragem de falar do passado até que se animou a perguntar:
—E o nosso filho?
—Foi uma menina. Chama-se Milena e meus pais a registraram como sua filha. Para todos os efeitos ela é minha irmã.
—E eu posso conhecê-la?
—Pode, se prometer que não conta nada para ela sobre nós.
—Você não acha que está na hora de ela saber a verdade?
—Não! Ela está muito bem assim. Eu vou me casar em breve. Se meu noivo souber que eu dei um mau passo, que tive uma filha e que vivo uma mentira, não imagino qual será sua reação.
—Um mau passo? Pelo amor de Deus! Isso é coisa do século passado.
Quanto à mentira se ele vier a descobrir um dia tem todo direito de ficar zangado.
Ela apavorou-se com suas palavras e retrucou quase ríspida:
—É melhor que você se esqueça de nós. Já sofremos muito por sua culpa.
Oscar levantou-se e saiu muito confuso sem saber o que fazer.
Não sabia muito bem qual seriam seus direitos de paternidade, dadas às circunstâncias. Não achava certo que sua filha continuasse enganada, entretanto não tinha certeza de que fosse bom para ela ficar sabendo a verdade.
Pensando bem, era melhor esquecer e partir para outra.
Leila, a colega de serviço já dera mostras de se interessar por ele. Era uma boa moça e ele gostava muito de conversar com ela. Por que não a convidar para o cinema, para verem juntos aquele filme que ela disse que queria assistir?
Este texto faz parte do desafio FOI ASSIM QUE COMEÇOU
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http://encantodasletras.50webs.com/foiassim.htm
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Quando Oscar entrou naquela sorveteria não imaginava a surpresa que o esperava.
Em uma mesinha estava uma moça sozinha tomando calmamente o seu sorvete.
—Melissa! É você mesma?
Ela levantou os olhos e fitou-o surpresa:
—Oscar! Como este mundo é pequeno. Pensei que nunca mais nos veríamos!
E de repente o passado ressurgiu. Ambos reportaram-se há quinze anos quando aquilo aconteceu.
Não tinham quinze anos completos, eram namorados e estavam apaixonados, mas esse amor ingênuo e inconsequente acabou por tornar-se motivo de preocupação, medo, vergonha.
Quando Melissa contou ao Oscar que estava grávida ele ficou assustado sem saber o que fazer.
—Temos que nos casar, mas não sei se podemos, pois somos menores de idade...
Precisavam contar aos pais mesmo sem poder sequer imaginar qual seria sua reação.
Foi como se uma bomba tivesse caído sobre todos.
O pai de Oscar ficou furioso, quase o espancou, a mãe chorou e por fim resolveram ir conversar com os pais de Melissa para ver o que seria melhor fazerem.
Estes os receberam friamente e disseram que já tinham resolvido. Melissa teria o filho e o dariam para adoção.
Ficaram aliviados. Tinham resolvido o problema.
Oscar não se conformou. Amava Melissa e achava que os pais podiam dar-lhes apoio até que pudessem se casar. Achava que tinha direito sobre o filho que ia nascer, mas não sabia como reivindicar tal direito.
Melissa foi praticamente presa em sua casa. Não lhe era permitido nem sair â janela e os dois namorados nunca mais se viram.
A família dela saiu da cidade antes do bebê nascer e Oscar nunca mais soube dela
Mas não conseguiu esquecê-la. Sempre imaginava como seria o seu filho e onde poderia estar agora. Ficou de certa forma traumatizado de tal sorte que nunca mais teve uma namorada.
Sonhara tanto com esse momento e agora não estava sonhando, estava ali sentado a sua frente, falando de coisas triviais, sem coragem de falar do passado até que se animou a perguntar:
—E o nosso filho?
—Foi uma menina. Chama-se Milena e meus pais a registraram como sua filha. Para todos os efeitos ela é minha irmã.
—E eu posso conhecê-la?
—Pode, se prometer que não conta nada para ela sobre nós.
—Você não acha que está na hora de ela saber a verdade?
—Não! Ela está muito bem assim. Eu vou me casar em breve. Se meu noivo souber que eu dei um mau passo, que tive uma filha e que vivo uma mentira, não imagino qual será sua reação.
—Um mau passo? Pelo amor de Deus! Isso é coisa do século passado.
Quanto à mentira se ele vier a descobrir um dia tem todo direito de ficar zangado.
Ela apavorou-se com suas palavras e retrucou quase ríspida:
—É melhor que você se esqueça de nós. Já sofremos muito por sua culpa.
Oscar levantou-se e saiu muito confuso sem saber o que fazer.
Não sabia muito bem qual seriam seus direitos de paternidade, dadas às circunstâncias. Não achava certo que sua filha continuasse enganada, entretanto não tinha certeza de que fosse bom para ela ficar sabendo a verdade.
Pensando bem, era melhor esquecer e partir para outra.
Leila, a colega de serviço já dera mostras de se interessar por ele. Era uma boa moça e ele gostava muito de conversar com ela. Por que não a convidar para o cinema, para verem juntos aquele filme que ela disse que queria assistir?
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