Capítulo 3 = CRUZANDO OS MARES


Quando chegou o dia da viagem, curiosidade e apreensão se misturavam, mas acima de tudo a esperança de progresso, de riqueza, de felicidade.
Yolanda não conseguia conter as lágrimas, saudades antecipadas da sua família, de seus amigos, de sua pátria. Tentava esconder do Joaquim. Se tinha que acompanhá-lo era melhor tentar fazê-lo com alegria.
Joaquim também estava nervoso. Reconhecia que estava metendo-se em uma arriscada aventura, afinal era meio maluco, mas não completamente irresponsável.
Péricles estava radiante. Ia viajar de trem até a Espanha e depois de navio até o Brasil. Sabia que a viagem seria longa e gostaria que fosse mesmo para aproveitar bastante a experiência. Era o único que estava plenamente feliz, pois até a Belinha percebendo a insegurança da mãe ficava temerosa sem saber muito bem por que.
Yolanda sentia enjoos por causa da gravidez agravada com o balanço do navio. Se na primeira classe a viagem era cansativa e monótona, na segunda era quase intolerável.
E havia ainda Fábio, o bebê, que na sua simplicidade de criança não entendia porque a mãe não podia dar-lhe os mesmos cuidados, nem por que tinha que dormir numa cama estranha e expressava seu desconforto chorando e levando os pais às raias do desespero.
Até que numa radiante manhã de sol avistaram ao longe a costa brasileira. Enfim, terra firme a vista, maravilhosa paisagem se descortinando. Até o mar parecia menos agressivo, o sol tinha um brilho diferente surgindo lá longe, no horizonte para iluminar a nova terra e, aos poucos, toda a beleza se descortinando a seus olhos como que a saudá-los alegremente:
“FAMÍLIA MESQUITA, SEJA BEM VINDA AO BRASIL!” 
 
 



Maith
Enviado por Maith em 15/01/2011
Reeditado em 15/01/2011
Código do texto: T2731696