PESCARIA INESQUECIVEL.


PESCARIA INESQUECIVEL.
• O relato que farei a seguir tem como objetivo deixar registrado um acontecimento que marcou muito em minha vida e que serve como um testemunho pessoal da mão salvadora de DEUS. Quando nos momentos difíceis, clamamos por sua ajuda.
Prá quem mora na praia, um dia de folga é sinônimo de pescaria, meu filho Junior, o caçula tinha 22 anos de idade , adorava pescar e estava comigo.
Tínhamos passado um dia tranqüilo, pescando na ilha do farol na praia mansa, um recanto espetacular conhecido como a praia dos ricos, um lugar de águas calmas, por esse motivo chamada , praia mansa, uma verdadeira piscina natural em dias de maré baixa.Foi diante desse cenário que aconteceu a quase tragédia envolvendo, eu e meu filho mais novo, Lorenzi Monteiro Junior.
ILHA DO FARÓL.
Uma pequena ilha muito freqüentada por turistas e pescadores. Lugar maravilhoso para se passar o dia de folga. O NOSSO LOCAL PREFERIDO.
Para os nossos dias de folga e pescaria.
Um local incrível, de um lado o mar era muito agitado, Formando a praia brava, de outro um mar de águas calmas por esse motivo , chamado de praia mansa.
O que permitia até uns mergulhos para se refrescar.
Para ter acesso a essa ilha tem-se que atravessar um caminho de pedras, que em determinados trechos o caminho fica encoberto pelas águas.
Já estava escurecendo quando decidimos tentar uma última linhada. Ao chegarmos
Ao chegamos próximo á saída da ilha que notamos que o mar estava muito agitado e que não dava para passar. _ Conforme a mudança de fase da lua, é normal a subida das marés,porém, nesse dia estava fora do comum .
A visão que se deslumbrava a nossa frente era assustadora. Os dois mares haviam se juntados. Nossos olhos buscavam inutilmente o caminho como não o encontramos improvisamos uma fogueira para nos aquecermos uma vez que o frio era intenso. Esperamos em volta da fogueira para ver se a maré abaixava.
Como estava ficando tarde demais resolvemos nos arriscar, tentando ir por dentro da água, embora soubéssemos que seria muito arriscado.
Assim que caímos na àgua fomos arrastados por uma corrente marítima, que insistia em nos levar para o meio do oceano,por mais que nadássemos em direção de onde antes tinha o caminho de pedras mais éramos arrastados para longe. Fazíamos isso instintivamente na luta desesperada pela vida,sabíamos que o caminho salvador estava encoberto pelas águas e que seria inútil tentarmos chegar lá, mas os nossos narizes estavam o tempo todo apontando naquela direção.
Como estávamos vestidos com roupas normais, camisas, calças e tênis, além de equipamentos de pescas, os nossos corpos estavam muito pesados dificultando nossos movimentos.para nosso desespero aos poucos fomos ficando separados um do outro a ponto de não sabermos mais onde estávamos.
Não se avistava nada além muitas ondas que de forma ameaçadoras que pareciam puxar nossas pernas em direção ao fundo do mar, como um monstro que quisesse nos devorar .
Luzes que vinham da beira da praia nos permitiam ver que não havia ninguém que pudesse vir em nosso socorro. A PRAIA ESTAVA DESERTA.
No céu ,uma lua pálida, típica de uma noite de inverno , parecia a tudo assistir sem poder fazer nada.
A sua luz refletida nas águas do mar acalmava nossos espíritos, afastando um pouco os nossos fantasmas.
Não sabíamos onde estávamos.
Não tínhamos a menor idéia de direção só se via águas por todos os lados.
Até uns minutos atrás ainda conversávamos e até fazíamos piadas a respeito de nosso drama.
Nós ainda não tínhamos noção da gravidade do que estava acontecendo. O que dava para saber é que eu me encontrava alguns metros a frente de meu filho em relação a ilha.
Coisas horríveis vinham-me a mente.
Eu sabia que tanto ele, quanto eu, estava correndo risco de morte. Minha esperança era a de que por ele ser mais jovem do que eu tivesse se salvado e procurado por socorro. O frio estava muito forte, um vento forte açoitava os nossos corpos molhados e submersos. Á ameaça de hipotermia não estava descartada, o tempo de permanência na água estava no limite.Eu já estava a ponto de parar de lutar .
Minhas forças estavam se exaurindo, eu já não sentia minhas pernas. Meus braços cansados e sem forças para sustentar meu corpo fora da água para que eu continuasse boiando ou nadando por mais tempo. Desesperadamente tentava respirar , mas ao fazer isso engolia água o que dificultava ainda mais a respiração. Foi assim em meio a essa angústia que eu percebi que não havia me desvencilhado dos equipamentos de pescas, que estavam numa sacola preso ao meu corpo.
Só então tive a idéia de me desfazer daquele peso inútil e de certas peças de roupas , pois estávamos vestidos e calçava tênis.
Imaginem vocês a dificuldade com todos esses aparatos dificultando os nossos movimentos.
A idéia de morrer ali sem chance de receber auxílio aumentava a cada minuto. Como num filme se passava em minha mente as lembranças de outros acontecimentos em que tive minha vida ameçada e tinha sido salva milagrosamente.
EU PENSAVA...
Quem sabe mais uma vez eu pudesse esperar por outro milagre .
Para Deus tudo é possível. Fiquei arrepiado ao me lembrar que minha esposa Sueli, me esperava em nossa casa, devia estar muito preocupada uma vez que já era tarde da noite e ainda não tínhamos chegado em casa.
Apavorava-me a idéia de como seria terrível quando meus filhos recebessem a notícia , com as nossas fotos estampadas nos jornais, com a manchete em letras garrafais:
Foram encontrados os corpos de duas pessoas que morreram afogadas na praia mansa de Caiobá. Um senhor de uns62 anos e outro de um jovem de aproximadamente 22 anos. Os corpos ainda não foram identificados. Sem muita esperança de ser ouvido por alguém, fiz um apelo desesperado para que Deus nos tirasse daquele sufôco.
Tudo indicava que morreríamos . As chances de que alguém pudesse nos encontrar eram muito remotas.As águas cada vez mais geladas e revoltas que a tantas pessoas já haviam sido engolidas por elas , pareciam estar se preparando para o desfecho fatal onde iria fazer mais duas vítimas .
Aprendi naquele momento uma grande lição que irá me acompanhar pelo resto de minha vida .
Eu não sei se foi por orgulho ou timidez. Mas o fato é que mesmo diante da ameaça da morte eminente, nem eu, nem o Junior, tivemos coragem e humildade para pedir socorro.
Achando que conseguiríamos sair sozinhos daquela situação constrangedora. Por muito pouco não afundamos juntamente com o nosso orgulho tolo.
Depois de engolir alguns goles de água salgada e ter ido ao fundo tantas outras vezes, decidi me humilhar diante de Deus para lhe pedir que pelo menos salvasse a vida de meu fillho ,eu não achava justo que ele tão jovem tivesse um fim tão trágico.


Em meio a esses pensamentos que me atormentavam, buscava novas forças para continuar me debatendo, hora nadava hora ficava boiando ao mesmo tempo que afundava e engolia água.
Tendo passado muitos anos de minha vida morando perto da praia eu, presenciei muitos afogamentos, muitas mortes e muitos salvamentos.Quantas vezes fiquei impotente atônito e na torcida para que os guarda-vidas chegassem a tempo para socorrer , uma criança que se afogava.
Pouco depois, já em segurança deitada na areia, para a alegria de todos. A Criança recobrava os sentidos.
Nossa situação infelizmente era muito diferente,era inverno, além disso era tarde da noite e não tinha nenhum salva-vidas por perto.
Lembrei-me um tanto arrependido por ter insistido em vir pescar naquele dia, afinal agora me pareciam claro, que algo estava nos avisando para não virmos, tudo estava dando errado, chegamos em Matinhos onde ficavam as canoas dos pescadores, para comprar camarão, não havia chegado nenhuma canoa e já estava tarde era quase meio dia e nada de pescadores chegarem.
Depois de termos conseguido comprar os camarões.
Um vento sul começou a soprar ameaçando chover.
Nada disso nos fez desistir pensei... se tivéssemos dado ouvidos aos sinais tudo teria sido evitado e não estaríamos nessa situação.Como diz o ditado, agora não adianta chorar pelo leite derramado.
Todos esses pensamentos martelavam em minha mente.
A simples idéia de gritar por socorro me apavorava.
Depois de muito relutar enchi meus pulmões de ar misturado com água salgada e com todas as minhas forças que nessas alturas eram poucas, Gritei por socorro.
Enquanto meus gritos ecoavam entre as montanhas, pude sentir que meus apelos tinham chegados até os céus e que Mais uma vez Deus enviou seus anjos para nos salvar.
Quando tudo parecia perdido.A morte já cantava mais uma vitória em seu tenebroso mundo de trevas.
Um anjo surgiu bem ali à nossa frente...De olhos arregalados e cheios de alegria vimos renascer as esperanças . Ela estava bem ali, era só estendermos as nossas mãos e segurar as mãos de Deus estendidas para nos tirar Dalí.Aquilo que até então nos parecia ser impossível.Estava acontecendo... Era difícil para nós simples mortais, poder entender os limites entre o que é natural e o que é sobre natural. Em meio a perigos que muitas vezes ameaçam as nossas vidas na terra.
Que por mais que sejamos descrentes, ou que tenhamos ao decorrer da vida nos declarados Ateus. Não tem ninguém que deixe de recorrer à aquele deus que está em suas entranhas escondido de si mesmo. Nossos olhos não podiam acreditar no que viam... Como que surgindo do meio do nada estava bem ali diante de nós . Uma canoa de pesca e dentro dela um jovem, que tendo escutado um pedido de socorro , não exitou em se jogar no mar com seu barco para ver quem precisava de ajuda .
E nquanto tentava me aproximar da canoa a minha alma se encheu de alegria , foi no momento em que escutei a voz de meu filho Junior . do Foi quando ele pedia ao anjo salvador que salvasse primeiro o seu pai que estava mais a frente.para minha felicidade ouvi ele afirmar que estava tudo bem com ele.
Cheio de júbilos meu coração bateu mais forte dentro de meu peito e como se tivesse recebido um injeção de ânimo tive forças e saltei para dentro da canoa . Uma vez na beira da praia ainda encontrei forças para ajudar a retirar a canoa da água,era uma canoa enorme muito pesada. O nosso anjo salvador era um jovem de 28 anos mais ou menos filho de nosso amigo chamado Vital .
Confesso-me envergonhado de não ter perguntado ao nosso herói o seu nome.Antes de nos despedirmos para irmos para casa , O jovem fez questão de nos dizer, que fomos salvo por um milagre.Que deveríamos agradecer não a ele mas a nosso Deus.contou-nos que não sabe por quê ele se encontrava ali naquele momento. Afirmou ter voltado de uma pescaria com mais dois companheiros.
Tendo dito aos amigos que iria ficar para trás para ajeitar algumas coisas e que já os os alcançaria.
Quando se preparava para ir ao encontro dos seus amigos, ouviu Um chamado que vinha do mar. Sentiu que deveria fazer alguma coisa ,porém era muito difícil colocar o barco na água sem a ajuda de seus amigos que tinham acabado de sair. Olhando para o mar não viu ninguém pensou que tinha se enganado , quando caminhava rumo a sua casa , ouviu novamente o grito ainda mais forte, socooorrroo.
Olhou a sua volta e não encontrou ninguém para lhe ajudar a por a canoa no mar, tarefa que exigia a força de mais de três homens e os seus amigos tinham ido embora a muito tempo.
Sem vacilar nosso herói encontrou forças para executar sozinho o desafio .
Se não fosse a determinação daquele jovem eu não estaria aqui escrevendo essa minha experiência vivida juntamente com meu filho LORENZI MONTEIRO JR, e acreditem que não se trata de mais uma estória de pescador.
Meses depois do acontecido eu e minha esposa passamos por lá e encontramos o filho de pescador e aproveitamos para lhe agradecer . Se uma vida não tem preço imaginem duas.
como uma vida não tem preço que pague quanto mais duas vidas. TENDO NOS APRESENTADO AO JOVEM QUE ESTAVA JUNTO A CANOA ARRUMANDO SEUS MATERIAIS DE PESCA.Era o mesmo rapaz que tinha nos retirado da água naquele dia.
O barco também era o mesmo pareceu-me enorme. Fiquei imaginando como aquele rapaz franzino conseguiu fazer aquilo sozinho .
Pensei comigo foi as mãos de Deus mesmo.Eu tinha em meu pescoço uma medalha de ouro onde estava esculpido o rosto de JESUS... Em seguida a colocamos em seu pescoço , uma forma carinhosa e simbólica de agradecimento.
Meu nome completo ; LORENZI MONTEIRO, conforme mencionei no início de meu relato Deus tem preservado minha vida,eu já escapei de outros graves acidentes um deles caí numa ribanceira a mais de 50 metros de profundidade com um Kombi, outra vez foi quando eu passei numa preferencial com meu carro e fui abalrroado por dois veículos que vinham em alta velocidade ,capotei várias vezes sem nenhum ferimento.
Mas esses depoimentos eu contarei no próximo capítulo.
Até hoje eu me pergunto os motivos que Deus teve para preservar minha vida.
Veio-me a lembrança de minha benção patriarcal da Igreja de Jesus cristo dos santos dos Últimos Dias ( mormom). .
Ao proferir a benção sobre a minha cabeça o Elder Toniolo, patriarca da IGREJA. MENCIONOU QUE A MINHA VIDA ESTARIA PRESERVADA. Em tempo; Lembrei-me ter omitido uma coisa curiosa que aconteceu e que depois achamos muito engraçado. Como mencionei no relato acima, O Junior se posicionou atrás de mim durante todo o tempo.
Assim fiquei sabendo depois que estávamos a salvos,que no momento que eu joguei no mar meus pertences de pescas e algumas roupas para ficar mais leve e se salvar, o Junior os apanhou um por um. Motivo para muitas risadas depois... FIM Paranaguá 18 de setembro de 2009