UMA APRECIAÇÃO

O leitor não tem poder de veto. A midia é soberana e lhe obriga à pa-

drões sem nenhum compromisso com a educação e a cultura. O atin-

gido nem sempre está preparado para refugar o produto indigesto que

lhe trará uma grave doeça: A ENERGIA NEGATIVA.

Mas, como uma agulha no palheiro, encontra-se aqui e ali, cidades que

se preocupam com a preparação cultural de seus habitantes,proporcio-

nando-lhes oportunidades de ouro para sua formação.

Uma cidade que nunca tive o prazer de visitar, mas tenho conhecimen-

to de sua preocupação com a cultura de seus habitantes,é o premiado

municipio de ITAPETINGA -SP que possui uma grande secretaria de cul-

tura e está sempre promovendo eventos que envolvem as pessoas e

consequentemente lhes traz conhecimentos, cultura e melhoria do es-

tatus.Parabens é pouco para homenagear Itapetininga. Que bom saber

que um governo está interessado na cultura de seus habitantes.

Já outras organizações que tem peso muito maior sobre seus cidadãos

e pouco se preocupam com seus moradores e leitores, não encontram

heróis nacionais para homenagear, e, nem textos adequados,pois, se-

quer respeitam o gosto dos leitores, impingindo-lhes conceitos de má

procedência que passo a reltar:Lendo o artigo do principal jornal do

Rio de Janeiro sob o título "EU E O MIM",de um grande jornalista, en -

charquei-me de dúvidas, algumas favoráveis e outras imprecisas que

peço o direito de ser voluvel.

A parte que obteve minha concordância, dizia que TUDO ACABA SE BA-

NALIZANDO o que não deixa de se uma grande verdade.Os poetas não

se utilizam de quadros poéticos para se expressarem.Passo citar como

exemplo de emoção presene num poema, do ano de 1524, escrito pela

poetisa LUIZE LABÊ e que forma um belo quadro poético para relatar sua maneira de chorar:

SOLUÇOS TRISTES E PRANTOS COSTUMEIROS,

EM MIM, FAZEM BROTAR RIOS INTEIROS.

Sabe-se quem ler esta pérola, vai se emocionar e até desejar que al-

guem lhe sinta saudades. Daí a perguna: poesa que não emociona e não encanta, é poesia? Não é. É relatório como dizia MARIO QUINTANA

ao reclamar: ESTES POETAS QUE FALAM,FALAM, E NADA DIZEM.

Já, o trecho do citado artigo que me trouxe dúvidas imprecisas, repro-

duzia o texto que continha este quadro banal:

" ATRAVESSANDO AVENIDAS DE ESPANTO

CRUZANDO AS LINHAS IMAGINÁRIAS DA CIDADE"

Isto emociona a quem? Ao Gari? A propósto permito-me reproduzir os dizeres de uma campanha oficial, neste mesmo jornal, que recomenda

atenç]ão e cuidado ao atravessar uma rua:

"NÃO ATRAVESSE A RUA SEM OLHAR PARA OS LADOS,

USE SEMPRE A FAIXA PARA PEDESTRE"

O curioso é que os dizeres desta campanha, sairam no mesmo jornal

e no mesmo dia da pobre poesia 'ATRAVESSANDO AVENIDAS DE ESPANTO"

Tambem discordo do referido jornalista, quando diz que a repetitividade

se banaliza e que já se disse tudo sobre a felicidade.Dou-lhe um exem-

plo de repetitividade que quanto mais se repete, mais eu adoro: O MEU

NOME.Há quanto tempo eu ouço meu nome e sempre acolho como uma

doce novidade. Digam o meu nome um milhão de vezes e cada uma de-

las me soará como a palavra mais harmônica do mundo.

Outra discordância minha é a classificação de FELICIDADE como um te-

ma esgotado. A felicidade é infinita e carregada dos mesmos mistérios contidos no espaço. Pode-se compará-las à impressões digitais, pois,

nenhuma é igual a outra. Então, a felicidade nunca se repete e portan-

to, ela não pode ser um tema esgotado.

Se todos procurassem emoção em textos que lhe dissesem alguma coi-

sa, leriam temas que lhe tornassem personagem da história, como:

SAIBA QUE A PROPRIA LÁGRIMA NOS TRAZ POESIA

DESCOBRI QUANDO EM PRANTOS ENCONTREI A MARIA

E LOGO FIQUEI SEM SABER ONDE HAVERIA MAIS BELEZA

SE NOS OLHOS BRILHANTES DE FELICIDADE OU SE ÚMIDOS

DE TRISTEZA

Aqui todas a mulheres sentirão vontade de chorar para se parecerem ao personagem do poema e até conferirem no espelho se seu olhos fi-

caram mais bonitos. Isto é comunicação. É prazer. E todo ato de esco-

lha ou recusa está diretamente ligado ao prazer.

A importânca da cultura na vida das pessoas, deveria ter o mesmo peso

da alimentação e da moradia. É o triunvirato que personifica o individuo

dando-lhe a certeza de estar usufruindo de todos os antídotos que a

natureza lhe exige: COMIDA (corpo sadio); MORADIA (proteção e re -

pouso; CULTURA ( alimento do espírito que lhe traz felicidade)

Assim pensa um pobre mortal e assim vai continuar agindo, na defesa

de suas convicções.

CRPOETA

Cléo Ramos
Enviado por Cléo Ramos em 08/10/2009
Reeditado em 27/01/2010
Código do texto: T1855874