O CÔNJUGE HOMOSSEXUAL

O casamento deste casal tinha tudo para ser repleto de alegria e felicidade. O casal se combinava muito bem. Durante o tempo em que os dois jovens namoraram e ficaram noivos não houve nenhum momento para desconfiança, brigas e desentendimentos. Ambos trabalhavam. Só que logo após o casamento ele perdeu o emprego, ficando obviamente o tempo todo em casa. Ela, por sua vez, tinha um bom emprego e um salário excelente. Além de carro, tinha também casa própria. Portanto, dinheiro não era problema. Só que, infelizmente, esse casamento não demorou nem um ano. Pois de tanto ela insistir que queria ter um filho, chegou a ouvir o disparate do jovem marido:

- Por que você não adota?

Sem comentários para uma pergunta tão idiota e sem nexo. Ela começou a desconfiar que ele estivesse com algum problema de depressão, talvez por ficar muito tempo em casa, só ou viajando pela internet. Sexo que é bom, só amiúde, mas mesmo assim de maneira incompleta. Ficavam mais só nas preliminares. Ela então ia se conformando sempre a ver navios, como se costuma dizer quando a mulher não tem nenhum prazer num momento assim. Portanto, ele se comportava de modo muito desligado com relação aos seus compromissos conjugais. Se ela não o procurasse, insistisse ele continuava bastante omisso. Não estava nem aí sobre a carência da esposa. Então, pouco a pouco aflorou o seu lado homossexual e não dava mais para disfarçar. A outra faceta da sua personalidade veio à tona. Mesmo assim, com muito esforço, diariamente ele a levava ao serviço, o qual ficava no centro da cidade. Até aí, tudo bem. Acontece que, de vez em quando regressava, sempre vinha acompanhado de um rapaz, praticamente da sua idade, ou seja, 24 anos, aproximadamente. No começo ninguém desconfiava de nada, pois poderia ser algum ex-colega de serviço ou um amigo mesmo e daí? Acontece que como tais visitas estavam se tornando corriqueiras e até pela maneira como os dois conversavam, gesticulavam, os vizinhos e, principalmente, as fofoqueiras de plantão começaram a desconfiar não, a ter certeza que naquele angu tinha caroço. Aqueles dois deveriam estar aprontando alguma coisa.

Enquanto a bela dona de casa trabalhava, inocentemente, pensando que o seu marido estivesse só em sua casa, o dito cujo a traía, tranquilamente, ou seja, na maior cara de pau dentro do próprio lar. Esta vida nos apronta cada uma! Então, percebendo que algo estava falhando no seu relacionamento com o marido, principalmente quando iam se deitar, ela resolveu agir por conta própria. Nada de detetive e muito menos ir atrás de fofocas de vizinhos, o que dificilmente os via, a não ser no final de semana. Mas através de alguns olhares maldosos ela começou a sentir algo nascer na sua testa. E pensou objetivamente: estou sendo traída. Só que jamais pensara que seria da maneira como mais tarde veio constatar para sua completa frustração.

Certo dia, após deixá-la no serviço como sempre, fingiu voltar para casa. Aliás, voltou, porém acompanhado do seu parceiro de sempre. Todo faceiro, coitado, nem percebeu desta vez estava sendo seguido à distância por uma pessoa muito especial: ninguém mais do que a sua linda mulher. Esta agiu muito rápida e dentro da lei para depois não ter prejuízos ou algum tipo de represália: chamou a polícia. Esta exigiu mais uma testemunha para se consumar o flagrante. Isso não foi difícil. Quando entraram na casa, esperaram um pouco e muito angustiada ela com a anuência da polícia registrou o flagrante. Não é nem necessário dizer que aquele jovem nunca mais foi visto naquele bairro, naquela rua. Escafedeu-se com ou sem o amante.

Após esse lamentável episódio em sua vida, aquela jovem continuou trabalhando como se nada houvera acontecido na sua vida particular ou quase. Apenas mudou imediatamente de residência. Pôs o imóvel à venda e resolveu levar a sua vida normalmente. Posteriormente, após cursar uma faculdade e se formar ela, paulatinamente, foi se envolvendo novamente com o sexo masculino, mas sempre com um pé na frente e outro atrás, isto é, sempre desconfiada. Pois aquele primeiro parceiro agiu direitinho como um “ator” homossexual e conseguiu enganá-la durante um ano e meio. Talvez, não foi tanto ele que tenha sido um excelente enganador e sim, ela que agiu de maneira incauta, apaixonada, entregando-se de corpo e alma ao dito cujo, muito embora ele não estivesse interessado nem na alma e muito menos no lindo corpo daquela jovem. Afinal, cada um tem uma sina. Ninguém tem a capacidade de escolher a sua personalidade, o seu caráter. A pessoa é sempre o que é. O que aconteceu com o seu ex-companheiro? Era algo que ela não fazia a menor questão de querer saber. Se ele nasceu predestinado a se relacionar com alguém do mesmo sexo, que fizesse um bom proveito. Ninguém poderia criticá-lo por sua opção sexual. É aquela história: cada um, cada um. O que na realidade, não era o seu caso. Por isso já estava partindo para outra aventura. Afinal, a fila anda....

João Bosco de Andrade Araújo

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Enviado por JOBOSCAN em 16/04/2009
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