Entrando no Paraíso
Quando o sucesso e a fortuna ao meu lado estava,
Entre perversos e baldados em me sentava.
Perseguí humildes e assolei os sonhos de trabalhalhadores,
Tornei-me um pródigo e dissipei todos os meus valores.
Agora, estou nesta selva a 3 dias, sob este ipe dourado,
Meditando, e a espera de uma réplica ou de um enviado.
Sei que não sou digno de nada de tí, pois, nunca o procurei,
E em toda a minha vida, eu sempre o regeitei.
Tudo se foi: amigos, trabalho, família e minha dignidade,
Perdí a confiança e agora estou nesta soledade.
Estou com um medicamento, que vai abreviar a minha partida,
E aliviar para sempre a dor de minha ferida.
Neste momento, engerí em mim, o remédio maldito,
E já arrependido, de joelhos, peço perdão ao Bendito.
Já sem controle e trêmulo, sinto uma escuridão total,
Desmaio na relva, e sinto que chegou o meu final.
É manhã, acordo deste pesadelo, num banco de um Arraial,
Ouço a musica, os passaros e vejo um grande ninhal.
Sinto o rosto molhado, da nevoa caindo em forma de granizo,
No fundo, há um trono de flores, meu Deus; cheguei ao Paraíso.