Chapeuzinho Vermelho(Texto revisado)

Numa confortável casa vermelha, tendo sob o teto uma linda chaminé de bloco, morava uma pequena e doce garota, chamada Chapeuzinho Vermelho. Na verdade, não era o nome verdadeiro dela, pois a alcunha se devia o uso diário do capuz escarlate. Fizesse chuva ou sol, a garota sempre usava sobre a cabeça de cabelos cacheados loiros. Quanto ao manto veludo, adquiriu de presente dado pela sua amável e gentil avô, no sétimo dia do aniversário da menina. Quando tinha que cumprir as tarefas na escola ou estava livre dos estudos, gostava de aproveitar o tempo ao ar livre, seja brincado com os primos e as crianças da aldeia,como jogar futebol e demais atividades lúdicas, incluindo "Piratas caçando o tesouro", "soldado e ladrão" e esconde-esconde. Outro passatempo preferido, especialmente nos finais de semanas, consistia em jogar damas com peças de madeira pintadas meio a meio em cores brancas e pretas e dominó, contendo peças retangulares feita de mármore, sendo tudo gerado pelas mãos criativas da boa velhinha, graças a sua habilidade artesanal. A menina se divertia jogando os simples, mas maravilhosos divertimentos no jardim arborizado da aldeia com as crianças de sua companhia, onde havia assentos com mesas para os eventuais entretenimentos a fazerem as crianças se divertirem a vontade. Também amava correr atrás das borboletas ou observar-las, voando sobre o ar fresco da aldeia.

Certo feriado, Chapeuzinho Vermelho estava livre para aproveitar o dia sem nenhuma preocupação sobre deveres na escola. Após escovar os dentes e lavar o rosto no banheiro, foi a sala de refeição para tomar o café da manhã. Encontrou a mãe preparando uma linda cesta de vime. A mulher colocava no cabaz alimentos apetitosos, incluindo pote de mel, bolo de cenoura protegido por um embrulho creme, queijo e uma dúzia de maçãs avermelhadas.

-Bom dia, mamãe.-Saudou Chapeuzinho Vermelho.

-Bom dia, amor.-Retribuiu a mãe, exibindo o largo sorriso.

O bom humor era bem diferente dos dias anteriores. Há tempo atrás, a anciã teve problemas de saúde relacionado a forte febre. Graças aos céus, nada de grave ocorreu. Se não fosse a sua tia, Lucie, que morava numa casa a pouco menos de sessenta metros da idosa, a avó não teria recuperado a metade da vitalidade. A tia Lucie era estudante de enfermagem numa universidade localizada numa cidade acerca de quinze quilômetros da aldeia. A estudante ia de carro próprio até o destino dos compromissos acadêmicos. Infelizmente, naquele feriado, comemorativo sobre o dia da consciência racial, deveria ir ao Campos Universitário, pois foi escolhida como uma das apresentadoras a palestrar perante o imenso público presente de pupilos, professores e demais profissionais da saúde convidados. Todos estariam presentes no espaçoso anfiteatro da instituição. O tema que seria discursado era sobre a questão de saúde pública em cuidados população negra e indígena no país. Dois dias antes, Lucie havia telefonado a irmã preocupada, porque não queria deixar a mãe sozinha, no mesmo dia que estaria compromissada na responsabilidade acadêmica. Porém a irmã propôs a simples idéia. O pensamento foi aceito alegremente por Lucie: A sua linda sobrinha do manto cetim passaria o dia com a velha. Problema resolvido.

-Venha cá, querida-A mãe chamou a menina. Chapeuzinho obedeceu.- Lembrar do que te falei ontem a noite?-A menina acenou com a cabeça afirmando sim.

-Então, aqui na cesta está alguns alimentos e uma garrafa de vinho que terás a levar para tua avó para ela se recuperar o mais rápido possível.

-Pode deixar mãe- Respondeu a garota, deslizando a mão sobre os cabelos loiros. Foi quando notou a falta da capa.

-Ops,preciso pegar a capuz antes de ir-Disse a garota, correndo ao quarto. A mãe gargalhou levemente devido ao detalhe.

Após encerrar o desjejum, Chapeuzinho Vermelho havia posto o manto sobre o cabelo. Abraçou fortemente a mãe e se despediu. Durante o trajeto, decidiu ir a uma área da floresta, no sentido de colher alguns cogumelos e belas flores, servindo de lindo buquê a avó. Dirigiu os passos a uma trilha oculta, dentro do recanto denso da floresta, com imensas árvores cobrindo com a sombra o local. Minutos depois, quando terminou a pequena colheita, decidiu seguir o mesmo caminho que estava, apenas para sentir o frescor do ar. Foi quando , saltou na sua frente, vindo dos arbustos ao lado, um grande e esguio lobo.

-Olá, senhor Lobo.

-Olá Chapeuzinho. Ondes vai, querida?

-Vou a casa da minha avó, leva este cesto com mantimentos e garrafa de vinho, para ajudar-la na recuperação da saúde dela. Ela está doente e fraca. Ela precisa de cuidados quanto antes.

A menina não estranhou que a criatura era má e perversa. Pois havia mais de dois dias que o mesmo não conseguiu se alimentar de animal de porte adequado a satisfazer o estômago insaciável. Ele via a criança como a presa sem saída.

-Hum...-Expressou aparente surpresa o lobo.

- E você, onde está indo, amigo lobo?

-Ah, estou passeando. Mas deixa eu fazer uma pergunta curiosa. Eh...onde sua vovó mora?

A garota pois o dedo indicador da mão direita livre parecendo pensar na resposta. Disse rapidamente:

-Não ficar muito longe daqui. Basta ir passando pela capela junto ao outeiro e pegar o caminho a esquerda. Metros depois, está a casa amarela com chaminé de bloco cinzento e um cata vento prateado sobre o telhado.

O animal elogiou ela, dizendo que era uma neta adorável por dispor de cuidar da avó. Chapeuzinho agradeceu o elogio sorrindo. O lobo se despediu, dizendo que tinha o passeio matinal a aproveitar. Mal sabia Chapeuzinho Vermelho que o vilão contornou um atalho, para chegar mais rapido a casa que recebeu a dica da localização. Planejava capturar e devorar tanto a neta e velha numa refeição bem apetitosa. Dez minutos depois, Chapeuzinho Vermelho chegava a casa assobiando alegremente, quando viu o pai, um excelente soldado e caçador amador nos momentos vagos, saindo do domicílio acompanhando do guarda da região, carregando o lobo mau algemado e com uma focinheira no rosto. Surpresa soube que o mamífero rondava casas para roubar alimentos e tentar atacar pessoas consideradas frágeis. Por sorte, ambos os homens passaram pela casa, ouvindo gritos dentro da casa. Mas não era da avó,mas sim do esperto bandido, que apanhou bastante da mulher, que era faixa preta de judô na categoria feminina das aposentadas. Antes do infortúnio ela tinha acordado bem disposta naquela manhã, sem nenhum resquício da incômoda febre. O criminoso foi levado a pé pelos homens a delegacia para cumprir a pena merecida. Depois disso, a pequena prometeu tomar cuidado em conversar com estranhos.

M N Salomão
Enviado por M N Salomão em 14/04/2024
Código do texto: T8041289
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