Desvendando o Universo, Encontrando Paz: A Saga de Marjorie pela Liberdade.

Do universo eu quero resposta e de mim apenas paz

Não me contenho as perguntas e através dela vou descendo pela encosta da natureza bruta, há três dias corro do meu destino, este colocado sobre as estratégias de minha família, mas grito para mim desde menina, "como prender algo livre?" Não faz sentido.

Dessa narrativa eu não faço parte, mas não é assim não é? Cada qual tem seu destino e o meu provavelmente é ser quem sou, ou não?, me chamo Marjorie e sou um atalho entre caminhos, não posso dizer que sou aventureira, mas não sou frágil ao que me colocam.

Eu sou uma parte do que sempre quis ser, e, aliás, o ponto-chave disso tudo é o meu não casamento, esse que até data tem, como posso fugir disso sendo parte de uma família tão fechada com a moralidade, isso soa engraçado, eles estão longe de ser detentores e detentoras da "moralidade".

Decidi por si só fugir desse grande erro de casar com alguém que nem conheço, e se pensa "ela fugiu para um lugar determinado"?, não, eu só me entreguei a loucura e fui atrás de um esquecimento temporário

Mas há quem eu quero enganar, eu não sei o que estou fazendo, eu tenho apenas 17 anos, para onde eu vou?.

O que me resta é continuar pedindo ao universo que não me encontrem, e que talvez o meu possível noivo desista dessa ideia maluca, ou seila, caia de algum precipício.

As coisas às vezes não são tão ruins, eu encontrei um lugar para descansar a minha cabeça, mas as ligações não param e eu bem, ignoro, porém, sei que em algum momento terei que parar de fugir.

No meio dessa jornada eu posso ir dessa para melhor, é o mais provável, eu sou menor de idade, estou dormindo em pequeno quarto que aluguei com o pouco das minhas economias, não é lá grande coisa, na verdade, não é mesmo grande coisa, e provavelmente amanhã terei que dormir na rua.

Pensando bem, nós temos disso né, a emoção toma conta e a gente acaba não pensando nas consequências, a raiva é tão grande que o medo fica miudinho, as precauções vão para o espaço e a gente fica imbatível, mas no outro dia tudo vem e você não sabe o que realmente tem que fazer, é sentar e chorar, bom, pelo menos é o que tô fazendo nesses dias, nem só de pão vive um homem, de lágrimas também.

É, eu vos digo, iremos morrer, mas acho que irei primeiro, o dia seguinte chegou e eu, bem, estou andando na rua em busca de outro caminho, outro lugar que posso me esconder da realidade, e também por que tô sem nada, como dizem, sem eira nem beira, apenas com minhas perguntas ao mundo e um desejo forte de ser ainda mais livre do que pareço ser, ah, e com mil ligações de minha mãe, essa que apesar dos pesares, não me critica tanto e diz "precisa se casar minha filha, mas eu entendo que não é fácil" não muda muita coisa né, ainda, sim, continua com essa ideia de casamento.

Às vezes penso que Na minha família tudo tem que ser por negócios, sentimentalismo é para quem não se importa com sua própria sobrevivência, a sobrevivência de sua manada, BOBAGENS, sem amor não há de viver, como posso eu ter a maior grana e a escassez de tudo que alimenta o coração, mas caso eu fosse uma mercadoria, seria, sim, um grande produto, não sou modesta nem mesmo de longe, mas te digo, sou realista e sei que não irei sobreviver por muito tempo nesse meu plano maluco.

Não, eu já estou tempo demais nessa caminhada, mas por incrível que parece mesmo estando na rua, não sinto nem sede, nem fome, só angústia, um misto de sentimento, será que minha família vai entender, vai querer me escutar, já faz dias que não apareço eu fugi e nem sequer deixei uma cartinha, só meti o pé, mas agora quero voltar, na verdade, eu já saí querendo voltar.

No final das contas no último dia tive que voltar e encarar a realidade de uma forma corajosa, de todos os filmes que vi a menina aventureira sempre conseguiu reverter a situação, mas não acho que esse será o meu caso, não acho que possa quebrar essa maldição. Mas ao chegar em casa me deparei com a minha família em prantos e não é isso que esperei ver, eles mal diziam eu te amo, por que chorar por alguém que nem se ama?

Mas aí eu entro em um complexo do complexo, na verdade, o amor é diferente, eu não sabia que amar era tão difícil e saber demonstrar é ainda pior, e por que estou falando tudo isso

Por que no fim eu não voltarei para casa nunca e meu noivo não se casará, não agora, eu peguei um atalho para o campo mais longe, na verdade, minha família chora por que consegui minha liberdade pelo menos em vida, e agora não faz mais sentido fugir de quem não pode me ver