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EXÉQUIAS DO CORONEL JOÃO BATISTA GENEROSO DI MONTESCALMOS

(Extraída do livro: “Estrela que o vento soprou”cap.20.Pg 111)

 

A família de Batista Generoso sofreu com a passagem de seu ente querido, deste, para o outro lado da vida. Também sentiu o padre, dilacerado o coração.  Generoso era seu grande amigo.

A celebração das exéquias, deu-se na sede da fazenda Campo Grande. Não necessariamente, no alpendre, acompanhada por moda de viola, como talvez fosse este o último desejo de Generoso, mas na ampla sala, diante da mesa que, tantas vezes oferecera farto alimento, não só aos de casa, como também aos de fora.  Ali agora, a alma do fazendeiro, recebia, pelas mãos do sacerdote, o pão espiritual, ingresso de entrada no Paraíso Celeste.

Monsenhor Hosana persignou-se.

Todos repetiram seu gesto, e também traçaram o Sinal da Cruz.

O Homem de Deus abriu o Ritual de Exéquias, marcados com fitas, de diferentes cores, os textos que seriam focalizados na celebração.

Com a voz embargada, disse:

“Estamos vivendo os momentos derradeiros da presença física de João Batista Generoso di Montescalmos entre nós. Diante desta realidade, encontramo-nos reunidos, não para chorar a morte, mas para celebrar a vida.”

Fez uma pausa para controlar a emoção e prosseguiu.

 

Nesta frágil existência humana, a Santa Madre Igreja, eleva orações de súplica ao Criador, em favor dos batizados, e faz lembrar que o adeus ao defunto, é sua entrega a Deus.

 

Aspergiu água benta no corpo sem vida do amigo, depositado numa urna de madeira sobre quatro suportes de prata.

As mulheres cantaram uma Excelência atrás da outra, até se esgotar o repertório de Bendito dos Defuntos, abrindo espaço, à fala do padre.

 

“Graças à misericórdia de nosso bom Deus, as almas antes manchadas pelo pecado, vão tomando brancura. E aquele anjo de voz gargalhada, que não dobra os joelhos nem chora, envergonhado, por nada lograr com suas acusações, desaparece em torvelinho de fumaça.”

 

Virando-se para a viúva, disse, finalmente, o celebrante: 

 

“Os justos não morrem, apenas ficam invisíveis aos nossos olhos. Este corpo inerte que temos diante de nós, é só o casulo que guardou a humana alma do Batista Generoso; sempre apartada da corrupção, seja ela agora glorificada na eternidade e na comunhão dos santos.”

 

Aspergiu água benta mais uma vez sobre o caixão e retirou-se.