Na fila do supermercado

É comum querermos encurtar o tempo, ter impaciência com a espera. Nossa única espera que queremos que se prolongue é a morte. Odeio esperar. Evito enfrentar filas. Mas quando não se pode fazer nada, o melhor é escolher uma e acolher as intempéries. Mas vamos aos fatos. Estava no supermercado e este estava lotado, com filas intermináveis nos caixas. Diante de mim tinha uma jovem, aparentava ter seus 17 anos. Eram 20 caixas, estava no número 19. A moça parecia não se importar com a espera na fila.

Passaram-se uns 15 minutos, tinha umas cincos pessoas na nossa frente. De repente chega uma senhora, diz algo a jovem que não entendi. Ambas saíram e foram para o caixa número 16. Percebi que a senhora estava aguardando aquele lugar. Minutos depois voltou a senhora e se pôs na minha frente. Olhou-me e disse que ela estava lá, pois estava no lugar da filha, falei que não tinha problema. A fila atrás de mim que já era grande, ficou maior ainda.

O caixa da fila em que estava deu problemas. A senhora saiu e disse que eu poderia tomar o lugar, pois a filha já ia ser atendida em outro caixa. Agradeci. Olhei para a fila em que estavam, tinha só uma pessoa na frente delas. A minha fila começou a andar, enquanto a que elas estavam deu problemas e pediram para que os que lá estavam procurassem outra fila. Isso se deu justamente quando chegou a minha vez de ser atendido. A atendente começou a passar as minhas coisas, vi elas vindo apressadas, olhei para trás e ouvi a moça falar que estava na minha frente apontando para mim. Mas como dizem que “quem foi viajar perdeu o lugar”, as pessoas não aceitaram e elas tiveram que ir para o fim da fila. Nem sempre a fila do lado anda mais depressa.