O vírus

No início era um verme. Insignificante, sem valor. Um verme que passava despesapercebido, sem qualquer motivos para pânico. O vírus, coitado, precisava apenas de um hospedeiro. Encontrou.

O pânico começou ali do outro lado, os povos de outras nações, sensatos que são, ignoraram. O vírus, que precisava de um hospedeiro, habitava mais três e porpagou por toda a população daquele país. O terror começou a ser propagado. Itália, Espanha, EUA, eu - o Brasil.

Tudo parecia bem, mas havia aqui muito egoísmo. Nós, que em mim habita, apavorados, presos. Todos precisaram se resguardar da vida e caos social começou a ascender. A miséria ficou evidenciada, todos precisaram ter tempo. Tempo para cuidar de si, do outro, da família. E o vírus a procurar corpos. Epidemia.

Todos estão obrigados a terem tempo. A dedicar-se às suas famílias, a preocupar-se consigo, a viver com ou sem medo.

O vírus parece letal, mas se não houver onde se hospedar, mal nenhum fará.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 27/03/2020
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