CONTO ATADO AO NÃO CONTO

Demétrio Sena, Magé - RJ.

Reconquiste o meu carinho; minha proximidade. Já não sei como conquistar sua reconquista. Reaveja comigo a nossa liberdade secreta; presa. Só assim poderei reformar minha cerimoniosa não cerimônia, naquela forma profunda e vasculhadora de lhe ver. Naquele jeito amigo platônico de namorar seu silêncio, inclusive quando você falava.

Venha reatar em minha discrição a consciência do jamais, enquanto sempre. As não consequências dos meus atos em pensamentos inconsequentes, repletos de uma coragem medrosa de muitos e muitos anos. E reaqueça minha esperança vazia de perspectiva ou espera. O sabor do cheiro que não vinha às narinas, mas se resolvia na meia ingenuidade a se declarar em confissões nunca feitas.

Redesenhe-se no meu espaço em branco e customize todos os buracos entre uma forma e outra, para concretizar abstrações. Preciso muito reeditar aquele conto atado ao “não conto para ninguém; nem para você”, pois tenho muitas saudades... inclusive de sentir saudades daquele nada entre nós que, no fundo, era tudo quanto eu tinha.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 13/02/2020
Código do texto: T6865027
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