Vamos falar, refletir e brindar o dia que se comemora o nascimento do AMIGO MAIOR.
 

Sempre nesta data eu escrevo algo para reflexões, sempre aproximado o máximo possível do cotidiano real da vida, mais também para que se possa brindar a data que se diz comemorar o nascimento de nosso AMIGO MAIOR. Amigo sim pois mesmo que para muitos seja mitológico ele nos da uma grande lição de vida, alguns a assimilam e outros além de nem se tocarem, pouco se importam com a grande lição, reitero mesmo que para muitos tenha sido mitológica é sim uma grande lição de vida e morte.
 
Algumas breves historinhas passo a narrar.
 
Certa vez numa rica mansão faltando uma semana para o natal em um dos bairros mais rico e  chique da cidade no dia vinte e cinco de dezembro adentra a mansão o pequeno Carlos, nascido no melhor hospital do país, vindo ao mundo pelas mãos da melhor equipe médica à peso de ouro, alegria geral na família que a muito era esperado pelos avós, pois certamente seria ele que criaria seu neto, pelo simples fato de que os pais certamente continuariam suas vidas de longas viagens pelo mundo afora. O avô  proprietário do maior banco do país e que ao olhar pela primeira vez seu neto, exclama venha Carlinhos tome posse de tudo o que é seu, teve festa para recepcionar o rebento que ganhou lindos e valiosos presentes e com direito a um funcionário vestido de Papai Noel e tudo.
 
Simultaneamente por coincidência no mesmo segundo nem falo hora que o rico Carlinhos foi recepcionado na linda mansão, nos estremos da cidade adentra a um simples casebre, erguido com madeiras pegas nos lixões, coberto com folhas de zinco velhas na comunidade mais esquecida pela sociedade e os governos uma criança que literalmente não nasceu e sim foi cuspida em um chão sujo de uma dita maternidade publica onde sua mãe ainda adolescente viera a falecer ao dar a luz e o pai também adolescente fora morto recentemente pela policia, maternidade que só é publica pelo nome pois ali só quem tem direitos são os administradores das ditas OS que são formadas para arrancar dinheiro publico e fazer a felicidades destes donos delas ups, errei “administradores”, que embolsam milhões dos cofres públicos sem se importarem com  atendimento a população, pois e uma fartura do nada, “farta” até o simples algodão e esparadrapos até para pequenos curativos e o pior nem repassam o pagamento e direitos dos funcionários, desde o simples servente até os médicos, só se lembram de embolsar os milhões que assim os dividem com “amigos” políticos corruptos que lhes dão respaldo. Até esqueci de dizer que quem neste casebre adentrou foi o Maycon, neto do catador de papel, que digamos poderia até ser a reencarnação do menino Jejus, dado de onde e como veio ao mundo.     
 
A alegria interior dos avós eram idênticas pois eram simplesmente avós como o de Carlinhos neto do banqueiro, o avô catador de papel também com alegria deu boas-vindas ao neto Maycon e lhe segredou ao ouvido. Venha com Deus meu neto, és meu maior presente de natal de minha vida, enquanto eu for vivo não lhe faltara o feijão com arroz e nem livros e cadernos para que você estude, tenha uma profissão e não venha a ser um simples catador de papéis como eu. E assim foi seguindo os anos.
 
Ambas as crianças mesmo tendo destinos diferentes cresciam rápido Carlinhos cercado de brinquedos cariríssimos, se refrescando na bela piscina da mansão em dias de sol  acompanhado pela sua babá devidamente paramentada com seu impecável uniforme branco e no outro lado da cidade Maycon ia para a creche  publica da vizinhança pela manhã, isto e quando não tinha operações policiais com troca e tiros entre criminosos, que logo a creche não funcionava que assim obrigava seu avô a deixar de trabalhar catando seus papelões no dia
 
Passaram-se anos e ambos como tinham a mesma idade na pré-adolescência seguiam a vida cada um com suas realidades Carlinhos em escolas particulares pagas a peso de ouro, saia cedo com o motorista da família que no carro ia também o seu segurança, adentrava a escola e se punha a levar avida na brincadeira, pois mesmo com bons professores nunca fora um aluno aplicado nos deveres escolares pelo simples fato da bajulação de seu avô que sempre o lembrava de que quando já tiver um homem formado herdaria toda a sua fortuna, logo ele pouco se importava em estudar e tirar boas notas, quando perto das provas era a sua correria com os melhores explicadores para conseguir pelo menos as notas mínimas e passar de ano.
 
No outro lado da cidade na escola publica que como a creche era fechada quando tinha operações policiais onde muitas delas morrem por “balas perdidas” pelos marginais ou pela policia, abria seus portões um dos primeiros alunos a adentrar era Maycon, que dado a sua simples e humildes criação assimilou fielmente os ensinamentos do querido avô, da mesmas forma que Carlinhos havia assimilado os ensinamentos do avô dele, que para ser um grande e honrado homem teria que estudar muito e com muita sorte conseguir um bom emprego e formar um bela família. Diferentemente de Carlos, Maycon era um aluno super aplicado, chegando a ser uma criança super dotada, notas altíssimas onde em todas as provas era agraciado com prêmios e medalhas.
 
Maycon nas horas em que não estava na escola, depois de fazer seus deveres de casa ele perambulava pelas vielas sujas da comunidade procurando papelões, latas e objetos para ajudar o seu já cansado avô, e assim proporcionar mais umas horas de descanso ao velho e cansado homem, mais sempre mantendo a sua dignidade de uma criança pobre. Diferente de Carlinhos que assim que voltava da escola corria para seus mais modernos brinquedos ou para seus jogos eletrônicos de ultima geração, muitos enviados pelos pais nos países que eles andavam.
 
Vida seguindo para ambos cada um com seus destinos traçados pela vida e com personalidades diferentes dado as suas criações extremas uma riquíssima e outra paupérrima, mais a vida e isso uns com muitos e ouros com nada. Eis que o destino quis fazer com que ambos se cruzassem.
 
Mesmo com toda a segurança oferecida pela família de Carlinhos, pois só saia de casa com o motorista particular e o segurança, ele sempre ao ir a Shoppings conseguia burlar a ambos tanto o motorista quanto aos segurança e acabava deixando ambos loucos à as procura, só que já tinha sequestradores de olho nisso e vendo ali uma grande fonte de renda dado a condição social da família de Carlinhos, um sequestro bem estudado que tudo teria para dar certo, era um criança mimada e medrosa, pois não havia sido apresentada a violência do cotidiano da vida e certamente não teria resistência alguma a ver uma arma apontada para ele e o possuidor da arma dando ordens para que entrasse em um veiculo.
 
Numa destas idas ao Shopping que estava lotado dado a estar na semana do natal ele mais uma vez se desvencilha do motorista e do segurança e adentra a uma loja, só que estava sendo monitorado pelos sequestradores e eles contavam com as voltas que Carlinhos dava em seus empregados, se aproxima um homem de terno super bem vestido e o chama pelo nome, dizendo ser assessor de seu avô e o estava esperando na no estacionamento, o homem para não despertar desconfiança de Carlinhos até comentou que a camisa que seu avô usava no dia era linda e deu mais detalhes enquanto se dirigiam ao estacionamento onde Carlinhos já acreditando no homem super educado e como os empregados de seu avô se portava como um verdadeiro pua saco, pios só falava coisas boas dele e Carlinhos  esperava realmente estar no estacionamento com o avô.
 
Ai se dá o sequestro, pois ao passar por um furgão com um falso logotipo de entrega de uma grande loja já com a porta aberta o homem saca uma pistola e aponta discretamente para ele mandando que entrasse no furgão. Carlinhos por não estar acostumado com a violência e de nunca ter recebido ordens, fica paralisado onde é sutilmente empurrado pelo homem para dentro do furgão que logo saiu do estacionamento, já chegando a rua e devidamente posto a dormir com uma injeção o furgão entra numa rua lateral e longe das câmeras e trocado de carro passaram ele para um carro simples mais que dava para passar batido por alguma eventual blitz policial até chegar ao local do cativeiro, e a o furgão que fora usado no estacionamento fora totalmente queimado perto shopping para despistar a policia ou possíveis investigadores pagos pela família.
 
A quadrilha que estava planejando o sequestro a muito tempo, havia comprado um humilde casa na comunidade em que Maycon morava, e lá fizeram obras a casa em si não despertava suspeita pois era uma casa simples como as demais, só que fizerem um cômodo secreto por baixo dela, uma verdadeira obra de engenharia sofisticada que raramente alguém descobria, uma semana antes do sequestro haviam levado para lá morar um casal que em nada deixava a suspeitas, pois aparentemente eram pessoas simples com o homem saindo pela manhã como um operário e lá só ficava a mulher, tudo bem planejado para não levantar a mínima suspeita e para lá levaram já bem tarde da noite com pouca gente transitando Carlinhos que fora acomodado no compartimento secreto com cama, tv, que de certa forma até era confortável pelo padrão da comunidade.
 
O avô de Carlinhos já a esta altura apavorado, pois o motorista e o segurança depois de horas o procurando no Shopping, caíram na real que o garoto havia sumido até pensavam que por brincadeira ele tivesse voltado para casa em algum taxi da vida, ao chegarem na mansão e constatarem que ele lá não estava, fizeram contato com o avô no banco que veio de helicóptero, pois este era o seu meio de transporte diário da mansão para seu escritório no centro da cidade.
 
Ao chegar e escutar o que os dos empregados relataram de imediato chamou agora a cuidadora de Carlinhos e os demais empregados para fazerem contato com todos os seus amigos que se possa imaginar, as horas iam se passando e a angustia aumentando, o avô decidiu então fazer contato com um velho conhecido que para ele fazia “servicinhos especiais” pois eram um Delegado de Policia já aposentado que o atendeu de imediato, fato que meia hora depois adentrava a mansão.
 
Feito o primeiro contato dos sequestradores com a mansão onde falaram com o avô e as exigências nestes casos de praxe, se quisessem que o menino passasse o natal em casa, nada de polícia e imprensa, pois se o fizesse Carlinhos pagaria as consequências, ficaram de ligar no dia seguinte pela manhã para complementaras exigências, ardilosos e inteligentes os sequestradores, pois sabiam de como ficaria apavorado o rico banqueiro tendo uma noite passada em plena expectativa d como estava seu querido neto. Pai e mãe que como sempre estavam em viagens de farras na Europa, foram convocados a virem com urgência para o Brasil, sem, contudo, saberem do que se tratava, pois o banqueiro tinha medo deles falarem demais e cai na boca da imprensa e assim prejudicarem Carlinhos. Mandaram dizer a ambos, pai e mãe que o banqueiro havia sofrido um mal súbito e estar muito mal no hospital, pois não levantaria suspeita da imprensa mesmo ele o avô sendo um homem literalmente monitorado seria mais fácil depois desmentir dizendo ter sido uma brincadeira de algum gozador.
 
O avô e a criadagem não dormiram, todos estavam na mansão e como precaução exigidas pelo Delegado amigo, pediram que todos lá dormisse, logo para não perderem seus empregos tiveram que aceitar, o velho banqueiro na base de calmantes dormitava sentado numa confortável poltrona pois havia dito que não ficaria em seu quarto e sim em seu escritório na mansão, que já tinha sido instalado pelo Delegado amigo, toda uma parafernália tecnológica da melhor geração para tentarem identificar quem ou local poderiam terem escondido Carlinhos, nisso o Delegado já estava comandando um verdadeiro exército de policiais e para-policiais amigos.
 
Da cinco, seis, sete horas e nada e a angustia aumentando, eis que quase oito da manhã toca o telefone da mansão, correria geral atendem e mandão chamar o banqueiro e um mulher agora em vez de um homem, da as coordenadas e as exigências, pois queriam cinco milhões de dólares pela vida do menino, pois sabiam que d certa forma até poderiam pedir mais e isso não seria problema para o banqueiro, mais acharam por bem não pedirem mais que isso para facilitar logo o pagamento. Neste interim o Delegado e sua turma tentam de todas as formas descobrir de onde partia o telefonema, se dava para identificar a voz e outros detalhes.
 
A quadrilha também por sua vez não era de amadores e sim de profissionais pois além de ligarem de aparelhos descartáveis, haviam despachado uma das mulheres da quadrilha para o sul do país e eis que o Delegado identifica que a ligação tinha sido feita de Porto Alegre e o sequestro foi em No Rio de Janeiro. Tentou-se identificar possíveis voos particulares do RJ para RS, e nada descobriram, e eles haviam dito que voltariam a ligar no fim da tarde para dar as coordenadas de onde entregariam o dinheiro, neste interim o Delegado já havia mandado para Porto Alegre no avião do banqueiro uma turma de policiais amigo e lá ficassem a espera de ataques.
 
Por volta das dezoito hora o telefone toca e agora um voz de homem da a seguinte ordem, que o dinheiro fosse colocado numa grande mala para ser entregue em até quarenta e oito horas em um local a ser indicado no ultimo telefonema que eles dariam para o banqueiro  em no máximo dois dias e que o banqueiro teria que ir só e ele mesmo dirigindo seu carro. E se houvesse a mínima suspeita de policiais o menino morreria e provavelmente ele o banqueiro também, pronto recado dado desligaram o telefone. Agitação geral do Delegado e sua turma na mansão e os policiais que já estavam em Porto Alegre ao telefone aguardando ordens para o resgate. Ao conseguir identificar a ligação, foi decepção geral, pois desta vez os sequestradores despacharam um homem para o Recife e de ode foi a ligação em como da outra vez por um celular descartável.
 
A comunidade que Carlinhos estava sendo mantido em cativeiro e onde morava Maycon, volta e meia era invadida pela milícia que nada mais é um bando de marginais da mais alta periculosidade, pois em seu meio existem como é comprovado policiais e ex-policiais expulsos que nada respeitam com a mesma crueldade dos traficantes ou talvez até pior, pois por não conhecerem os moradores viam todos os moradores como inimigos, nada respeitam e esta invasão aconteceu justamente na hora da saída dos alunos da escola e da creche, correria geral de mães e paias aflitos com seus filhos nas ruas, esta é a infeliz realidade do morador d comunidades sofrem com guerras entre traficantes, milicianos e até com quem teria a obrigação de os proteger que são as invasões policiais com blindados e helicópteros dando tidos a ermo.
 
Maycon já havia saído da escola e se dirigia para casa quando se iniciou a guerra da milícia com o traficantes, mesmo sendo uma criança acostumada a isso, é normal o medo estampado em seu rosto, foi s esgueirando pelas vielas para não ser atingido por ”balas” achadas ups, errei “perdidas”. Ao passar bem rente a casa que estava servindo de cativeiro viu que a sua ainda estava longe e pela janela tinha visto uma moça e ela também o tinha visto e ela havia notado a expressão de medo e terror nos olhos daquele menino com seu uniforme escolar, ela mesmo com medo abre rapidamente a porta a Maycon se sua casa estava longe e ele aponta e ela viu que era quase certo aquele menino ficar bem no meio do fogo cruzado entre a milícia e os traficantes o que seria quase certo dele ser atingido na troca de tiros.
 
Ai fala o coração de mãe e mulher que mesmo sendo uma sequestradora manda ele entrar na casa rápido e ali ficar até acabar o tiroteio, no que ao abraçar Maycon seus olhos se enchem de lagrimas pois veio a lembrança de seu filho morto na comunidade distante que ela vivia por bala perdida. Esta mulher hoje marginal era sim uma menina bonita nascida e criada em comunidade que aos quatorze anos foi engravidada por um colega da comunidade que como o pai de Maycon fora morto preso ao entrar para o trafico da comunidade e tendo que cumprir longa pena. Ao perder o filho perdeu a cabeça e acabou também se marginalizando vindo a pertencer a quadrilha dos sequestradores.
 
Como a milícia nada respeita e desconfia de tudo e de todos, é normal em suas incursões identificar os moradores de onde ela ataca, e uma turma ao passar pela casa que servia de cativeiro, bateram na porta e mandaram abrir, a mulher ficou apavorada pois pela janela havia reconhecido um dos milicianos  como a um policial militar que já havia prendido ela e certamente a reconheceria, logo falou a Maycon quando eu sair pelo fundos abra a porta e diga que estas só em casa e que seus pais haviam saído para trabalhar. Ele mesmo sem entendeu balançou a cabeça como se tivesse entendido. Ao entrar o ex-policial viu que só tinha uma criança com ainda o uniforme escolar tremulo e petrificado pelo fuzil a ele apontado e disse aos comparsas, vamos embora que aqui só tem um novinho, mais daqui a uns anos certamente será um outro traficante ou colega nosso na milícia.
 
No compartimento secreto da casa onde estava escondido Carlinhos, mesmo os sequestradores tendo tido o cuidado de por placas de isopor para a melhorar a acústica e não ouvirem choro ou pedido de socorro na rua por parte de Carlinhos, dava mesmo assim para ouvir nitidamente os tiros de fuzil dado ao barulhão que fazem e isso deixou Carlinhos em pânico, pois só tinha visto isso em filmes e como a maioria das crianças ricas para a sorte delas estampidos só de fogos em festas ou dia de jogos. Mesmo ele estando meio que dopado ouviu sim tiros e fortes gritos de mata, mata, palavrões e toda a gritaria infernal por parte dos traficantes e dos milicianos, Carlinhos estava quase desmaiando de medo coitado, se tremia todo.
 
A mulher já distante e passando como uma moradora vendo que os milicianos haviam dominado a favela, ficou receosa em voltar a casa, pois certamente o ex-policial que a havia prendido já, ainda deveria estar por lá e resolveu assim esperar seu comparsa chegar no inicio da noite perto da entrada da comunidade. Ao abrandar o tiroteio Maycon ficou esperando a moça voltar e agradecer a ela a acolhida, neste interim no interior da casa e por já estar quase que tudo silenciado ele ouviu um leve choro, o que na realidade pela acústica da casa ele ouvia só um leve choro, mais na realidade no compartimento secreto Carlinhos berrava a plenos pulmões de pavor. Pedindo socorro, pois estava passando mal, curioso como todo pré-adolescente Maycon começou a tentar ver de onde vinha o leve choro e eis que descobre uma porta detrás de um armário, que ao arrastar o armário o choro de Carlinhos era mais forte.
 
Que susto Maycon teve ao arrastar levemente o armário e abrir a porta, pois vê numa cama um menino da idade dele amarrado no tornozelo por uma corda fina, com o comprimento máximo de ir da cama a um vaso sanitário instalado a uns dois metros da cama. Ficou ali estatelado sem saber o que fazer e Carlinhos implorando que não batesse nele por ter gritado ambos se olharam e viram que os dois estavam era morrendo de medo Maycon por sentir que algo estava errado ali e Carlinhos pensando ser Maycon parte da quadrilha. Foram intermináveis segundos ate que Maycon mais acostumado a violências pergunta a Carlinhos se ele era filho da moça da casa, no que ele balança a cabeça que não, o que deixou Maycon ainda mais intrigado até a perguntar porque ele estava ali amarrado.
 
Os dos nada estavam entendo e Carlinhos num raro lampejo de coragem pergunta a Maycon, você é filho do moço que me sequestrou, no que Maycon responde que não  pois não tinha pai e só tinha uma avô que era velho e não era sequestrador, aos poucos Carlinhos foi contando como foi ali parar, isso já Maycon com pena de ver sua perna já machucada pela corda com algum esforço conseguiu desfazer o nó ai Maycon como um menino bem dotado, pois sua inteligência para funcionar, pois já havia saído do estado de medo causado pelos recentes acontecimentos, guerra de milicianos e traficantes e o de se deparar com uma criança que nem ele sequestrado de sua família. Sem saber como decidiu ajudar Carlinhos a fugir do cativeiro cheio de medo das moça voltar, amais num ato de coragem foi com Carlinhos até seu casebre.
 
La chegando viu seu velho avô rezando para os santos pedindo que seu neto estivesse bem, pois era véspera de natal, que alivio teve o avô ao ver seu querido neto adentrar e acompanhado por um outro menino de feições finas, com roupas sujas mais mesmo assim dava pra se ver que eram roupas caras. Ai Maycon pois avô a par do que estava acontecendo, no que o velho e humilde homem não titubeou, logo disse que teriam que levar o menino para os braços de sua família, mesmo eles correndo perigo de mais tarde serem penalizados pelos sequestradores. Só teriam que arrumar um maneira e saírem da comunidade sem chamar a atenção e o velho homem teve a ideia de dar uma bermuda e uma camisa surrada de Maycon para Carlinhos vestir, onde colocou as suas caras vestes em uma sacola de mercado, pois nunca havia pego nada de ninguém e isso havia passado ao neto. O neto e o agora amiguinho já prontos pegou sua carroça de papelão e saiu com as duas crianças sentadas nela a intenção era só sair da comunidade e ele guardar a carroça num local seguro, pegarem um ônibus ate a Barra da Tijuca no Condomínio que Carlinhos havia dito que morava e isso foi feito.
 
Ao saltarem do BRT e irem andando até a entrada do condomínio eles se esbarram com um dos comandados do Delegado que estava a serviço do avô de Carlinhos, o “policial” ao reconhecer Carlinhos pela foto que tinha parou de imediato o carro perguntando seu nome e tendo a certeza de quem era pois ele no carro banco da frente e Maycon com seu avô que nada estavam entendo a truculência do “policial” com Maycon e o avô. Chegando na entrada do condomínio o “policial” se identificou e foi direto a mansão, lá chegando a alegria foi geral e o velho avô banqueiro agradecia o belo presente de natal que era o retorno do querido neto ao seio familiar são e salvo, Carlinhos pela emoção de estar de volta em casa até esqueceu de Maycon e do avô, que por ordem do Delegado fora logo foi levando Maycon e o avô para a Delegacia.
 
Festa geral na mansão seus pais já haviam chegado da Europa e seu avô aos prantos abraçava o neto, lá já tinha de plantão o medido particular do avô e o pediatra de Carlinhos, que foi logo recomendando por sentir que ainda estava meio que dopado que ele tomasse um belo banho e lhe ministrou um calmante infantil para que ele pudesse se recobrar. Carlinhos foi posto em sua cama e dormiu direto. Na Delegacia acontecia o contrário, pois erradamente foram logo interrogando o velho e humilde homem e seu neto, como se fizessem parte da quadrilha, que noite de natal sofrida de ambos pois os policiais de toda maneira queriam saber os nomes do pessoal da quadrilha de sequestradores, sendo ambos principalmente o velho homem literalmente torturado física e mentalmente, física com os tapas levados e mentalmente ao dizerem que matariam e dariam sumiço no corpo dos dois dele e do neto.
 
Verdadeira noite de pavor para Maycon e o avô, que nada lembrava uma noite de natal onde o velho homem numa velha mesa pega no lixão colocava pedaços de frango, pão e biscoito, ele sempre colocava três pratinhos na mesa, o dele, o do neto e um outro para o dono da festa.
 
Já na mansão pela manhã cedinho ao acordar Carlinhos cercados pelo avô, seus pais, os médicos e o Delegado, fora direto a grande sala onde havia a grande e luxuosa arvore de natal, com dezenas de presentes e pergunta cadê meu amigo que me salvou de onde eu estava preso por uma corda quero dividir estes presentes com ele. Todos se entreolharam pois não sabiam do que havia acontecido a delegacia e de alguma forma o Delegado só esperava mesmo uma ordem do avô banqueiro, digamos assim pra fazer um de seus “servicinhos” especiais.
 
Ai Carlinhos contou tudo o que aconteceu, desde seu sequestro no Shopping até sua fuga com o amigo do cativeiro. O avô banqueiro já havia dado a ordem ao Delegado para o “servicinho” especial, onde iriam soltar Maycon e seu avô que logo ao sair  da Delegacia seriam levados para um longo passeio.
 
Carlinhos sentiu algo estranho no ar ao saber que seu amigo e avô estavam na Delegacia e logo seriam soltos, não se sabe se por uma intuição ou força maior exigiu ao avô que o levasse a Delegacia ou onde morava Maycon e o avô para abraçar e gradecer pela ajuda.
 
Que sufoco foi uma correria só pelo Delegado com a ordem dada pelo avô banqueiro mandando cancelar o “servicinho”. O Delegado ao telefone mandava já cancelar a “carona” ao menino e ao velho, onde ficou sabendo que já haviam saído a uns dez minutos, pega o celular do “policial” onde com um certo alivio conseguiu contato com o pessoal encarregado do “servicinho”, mandando que eles mudassem de rumo e os tirassem do porta malas do carro e os levasse a mansão.
 
Chegando a mansão todos ficaram horripilados com o estado do velho e humilde homem e de seu neto, o velho fora torturado e muito com diversos hematomas pelo corpo e Maycon, mesmo não sofrendo tanto pois só havia levados uns cascudos estava em estado de choque. Carlinhos ao ver ambos, correu e abraçou ambos perguntando porque voltara a comunidade pois sabiam que iam serem pegos pelos sequestradores e castigo por ajudarem a ele, no que o velho e humilde homem sentindo a pureza da criança nada fala na realidade o que aconteceu e pediu ao neto que nada comentasse com o agora amigo.
 
Foram levados para dentro da mansão e falaram a Maycon que ele e seu avô iriam a um hospital para serem medicados, no que Carlinhos disse que iria com eles e que depois não iriam voltar a comunidade e sim para a casa dele que era nada mais
 
nada menos que a mansão. O velho avô banqueiro, mesmo sendo um homem duro e arrogante consentiu todos os pedidos de Carlinhos. Aprendendo em pleno dia de natal que existem pessoas boas sim, sem interesse como os que o rodeavam, foram e voltaram do hospital direto para a mansão onde tudo foi contado nos mínimos detalhes.
 
E assim Maycon e Carlinhos aprenderam uma grande lição que por mais que a vida seja rude ou de mil maravilhas, ela sempre nos ensina o certo e o errado e que temos sim que aprender é com as crianças sejam elas ricas ou pobres. POIS ELAS SÃO PURAS, MALDOSOS SÃO OS ADULTOS E A DITA HIPOCRITA SOCIEDADE.
 
FELIZ NATAL A TODOS

 

Djalma Pinheiro

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Djalma Pinheiro
Enviado por Djalma Pinheiro em 25/12/2019
Reeditado em 01/02/2024
Código do texto: T6826380
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