o curso da vida

Hoje alguém faleceu, no mesmo instante alguém nasceu. A vida algumas vezes é injusta para uns, justa para outros e nós não temos controle. Nesse desequilíbrio que é a vida, precisamos encontrar o equilíbrio e equilibrarmo-nos.

Uma mãe perde um filho, outra recebe a chave da vida e nós tornamo-nos redundantes diante do grande palco que é viver.

Houve o sopro.

Mais alguém nasceu e outrem fechou os olhos e assim vida e morte seguem lado a lado e nós seguimos de mãos atadas, sem ter o que fazer.

Respira.

Alguém precisa de ar. Precisam ouvir teu silêncio. teu grito-mudo começa a me atormentar e eu não sei onde me encontro agora. Estou aqui retórico e dêitico. Quem sabe onde estou? Na vida... A morte tem medo de mim e de tudo o que eu soprei a ela. Eu preciso seguir vendo pessoas abrirem os olhos e outras fechando... Não se o que fazer.

O que restou da vida ou da morte?

Inexisto.

Me confundo.

Soou profundo ou sou raso?

Até onde sou? Ou fui até quando?

Serei um dia.

A vida me abriu os olhos para ver a morte de perto. Meu medo é sentir medo. Mas enquanto os meus olhos estiverem abertos hei de ver a luz e ela me tranquiliza, mas o que vou fazer enquanto durmo.

À noite não há luz sobre meu corpo, mas há vida em mim, no entanto a vida anda de mãos dadas com a morte.

Mais alguém nasceu... Aguardo a notícia de que mais alguém fechou os olhos.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 05/01/2019
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