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          CAPÍTULO III


     Beto e os colegas entraram no prostíbulo ameaçando agredir as meninas se não dissessem onde Vitória tinha se escondido. Um dos homens que dançava interpelou o rapaz, pedindo-lhe para que saísse daquele lugar.
    
Beto pegou uma garrafa de cerveja que estava numa mesa próxima e quebrou na cabeça daquele homem. O sangue escorreu pelas roupas do agredido que se engalfinhou com Beto numa violenta luta.
     
Mas Beto era bem mais forte e depois de espancar o infeliz, ajudado pelos amigos atirou o homem na calçada. Bernardo assistia a tudo completamente paralisado... 

    
Vitória se refugiara no quarto de Quêta que com o barulho e o tumulto, tinha piorado. Reclamava que estava com dificuldade de respirar e pediu a Vitória para chamar uma ambulância.
    
Ela saiu do quarto correndo em busca do telefone que ficava no andar de baixo quando deu de cara com Beto. Ele, completamente transtornado deu um grito e tentou subir a escada de dois em dois degraus.
    
Vitória pegou o primeiro objeto que viu e atirou na direção de Beto. Ele se desequilibrou e rolou pela escada. As prostitutas e os clientes tinham fugido e os colegas de Beto quebravam tudo que encontravam pelo caminho.
    
Bernardo continuava paralisado, sem mover um músculo, aterrorizado com aquelas cenas... 

     
Vitória voltou para o quarto de Quêta e trancou a porta. Da janela que dava para a rua começou a gritar por socorro. Ninguém parecia dar atenção aos gritos da jovem. Logo ouviu socos e batidas na porta.
    
Era Beto, o marginal, querendo entrar. Com algum esforço Vitória arrastou um pesado móvel contra a porta, com a esperança de impedir que o rapaz entrasse no seu quarto. Entretanto ficou pálida quando ouviu o rapaz aos gritos ameaçando incendiar a casa. Vitória olhou para Quêta, que estava pálida, suando frio e respirando lentamente...

     
Bernardo finalmente conseguira reagir. Subiu as escadas e tentou dissuadir Beto de continuar com aquela violência desnecessária. Mas ele não lhe deu ouvidos.
    
Beto estava completamente descontrolado não só pelo excesso de bebidas mas também por ter fumado meio cigarro de maconha. Seus olhos pareciam que iam saltar das órbitas... 

     
Bernardo tinha sido jogado ao chão por Beto e ainda meio tonto levantou-se com dificuldade e foi atrás do seu agora ex amigo. Beto descia as escadas proferindo uma série interminável de palavrões. Os outros colegas, bastante alterados pelo efeito da mistura de álcool e maconha riam e continuavam se aproveitando das bebidas que encontravam no bar.
    
Um deles, continuava fumando o cigarro com a erva. Bernardo segurou Beto pelo braço mas este virou-se inesperadamente e deu mais garrafada, desta vez na cabeça de Bernardo, que caiu desmaiado. Logo, uma poça de sangue começou a se desenhar no assoalho maltratado daquela sala... 

     
Beto, completamente transtornado dirigiu-se a minúscula cozinha e não teve dificuldade em encontrar uma pequena garrafa com álcool. Despejou a garrafa num velho sofá que ficava junto as cortinas e riscou um fósforo.
     
Logo as labaredas começaram a crescer e a lamber as paredes. Bernardo continuava caído. No andar de cima Vitória e Quêta continuavam escondidas no quarto. Beto e os amigos, completamente alucinados, saíram daquele lugar que começava a se transformar num verdadeiro inferno...

                   ...continua...


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(...imagem google...)
WRAMOS
Enviado por WRAMOS em 12/06/2018
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