Canto de sereias

Percorrendo espaços vazios, de distancias azuis incomensuráveis.

Grandes espaços de medidas, cobertos de luzes inefáveis.

Medidas de tempo, que o ar suspende sobre abóbodas circulares;

Ideias que o vento varre subindo sempre, até órbitas estelares.

Coisas vãs divagares sentimentos, histórias contadas, no vento.

Que o chão sustenta, prende e eleva, além dos ares, e do tempo

De tantos sonhos, luares e aqueles suaves pressentimentos

A alma de si mesma se eleva, em doces lampejos dos melhores sentimentos.

Nas ondas suaves deita, como nuvens no céu e do material de que são feitas;

De tanto vê-las me arrebento, como as ondas, onde o mar se deita.

Suaves e frias no relento, no mesmo leito que sustenta as areias;

Onde a realidade não passa de um canto, de suaves e lindas sereias.