A hora do adeus.

A Menina deu um lenço para as lágrimas de sua Mulher e a avisou em alto e bom som:

- Chegou a hora.

- Mas é tão difícil! - soluçou a Mulher.

- Você já conseguiu antes, lembra? Chama a coragem! - Respondeu sorrindo.

- Tão nova e ainda me ensina. - suspirou esperançosa a Mulher.

- Somos feitas da mesma essência. Mas eu preciso dos seus pés e você da minha simplicidade de pensamentos.- sorriu novamente a Menina, ajeitando sua franja rebelde.

- Conseguiremos. Sempre conseguimos. Vamos lá!- respondeu a Mulher.

Era chegada a hora do adeus que não queria ser dado.

Mas ambas sabiam que mereciam mais do que momentos escassos de alegria.

Sacudiram a poeira dos pés e voltaram para a estrada que conheciam, pois aquela parada que ficaram por quatro meses já se fazia inóspita demais para a busca de sua felicidade.

O alívio da decisão invadiu seu coração e ela percebeu que havia escolhido certo.

Pois em algum momento, o amor que não seria ego nem apego chegaria.

E Dona Vida pediu para avisar que não era necessária a aflição.

Pois o Sr Tempo o traria na hora certa.

E a Mulher entenderia que tudo o que viveu antes seria um mero treino para a alegria genuína de compartilhar seu mundo com alguém que o merecesse.

Angela MT Melo
Enviado por Angela MT Melo em 14/02/2018
Reeditado em 14/02/2018
Código do texto: T6253500
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