Favor não ler (está inacabado)

Dia nostálgico, abastado de lembranças agradáveis, de momentos e pessoas que se foram, que partiram sem explicações plausíveis.

A noite chegou, o sono não nocauteou como de costume, apenas me golpeava com Jabes e ganchos curtos, não muito fortes, que só me tonteavam.

No ring da madrugada me tornei esparre das lembranças...

O período noturno cumpriu seu turno, não demorou para que o sol iluminasse meu quarto.

Exausto, levantei sentindo os efeitos nocivos de uma saudade venenosa.

A mente não estava em absoluta vigília, mas também não havia se entregado ao torpor profundo.

As lembranças vinham incessantes, como água que brota de fonte fecunda.

Recordo-me que, em algum momento daquela "meia bomba" a saudade segurou minha mão e me conduziu por uma longa escadaria de pedra que descia em espiral para os subterrâneos daquele lugar. Lá no fundo, iluminados pela fraca chama de uma lamparina, percebi que estávamos diante de uma fria e úmida masmorra, feita por grade de ferro a porta da cela se apresentava carcomida pelas ferrugens. A saudade entrou comigo no local, apontou com o dedo indicador para uma parede rochosa no fundo da prisão, coberta por limo, de onde escorria fina e tênue camada de água.

Imagens do passado começaram a se desdobrar ali, na superfície molhada da rocha grande parte daqueles episódios causavam angústias e remorsos.

Ao longínquo ouvia vozes em tom diminuto, mas audível e com clareza, as pessoas chamavam-me para sair, para deixar o passado onde estava...

Minha anfitriã se retirou mas antes colocou em minhas mãos a chave da cela e murmurou com voz tênue em meu ouvido. "Tranque a masmorra para que ninguém o incomode".

Assim o fiz, em seguida ela sugeriu que jogasse a chave fora. Respondi que faria isso depois e fiquei olhando para a água que escorria da pedra.