Samhain

A roda vai girando devagar e a gente acha que entende.

E num piscar de olhos, pronto, ela passa por cima de você.

Mabon teve lá sua pressão, ou melhor, revelação e como a esperança é sempre a última que morre, quis acreditar que não poderia ficar pior.

Ficou.

Uma cerimônia calma, disfarçada de amiga, deu até um alívio, aquele de dever cumprido.

Mas quase esqueci do aviso... "As coisas se revelariam, não depois, agora"

Era uma noite boa, estávamos bem, hoje penso que foi só um último adeus para a calmaria que sentíamos.

As vezes plantamos algumas coisas escondidas e colocamos uma pedra em cima.

Mas a natureza tem sua força, mesmo sem água, luz e cuidados, ela quebra a pedra e aparece para o mundo.

Está lá e justiça seja feita, colhe-se o que se planta.

Samhain cobrou a conta, no dia seguinte, no outro e no outro.

Eu, desorganizada, nem sei se ainda devo, me perdi, me achei.

Aprendi? Isso não sei.

Mas como toda roda, essa há de girar.

No meu mundo é assim, não adianta chorar pelo leite que derramou.

Cada um que arrume sua própria bagunça.

E trate de não fazer outra vez!

Porque na hora do verão, nos esquecemos dos dias de frio.

Mas ele volta, tudo volta.