Imagem feita no COREL por Trovador das Alterosas

DÍLSON E EU. PARTE 21.




RECAPITULANDO.
 
     Quando os bichinhos acabaram de sair da estrada ele arrancou de novo. Tinha uma curva cheia de pedrinhas roladas na pista ele entrou na curva a noventa e acelerou, só escutei os pneus fazer assim raaaaaaaapeeee ele calmo, grita, quando tem estas pedrinhas na curva tem de acelerar para igualar a diferença das engrenagens do diferencial, pensei - pronto, o homem entende de mecânica também.
 
SEGUE.
     Saímos da curva e despontamos numa reta agora sem matas altas, na margem apenas arbustos, ficou mais claro o tempo fora da mata e ele aí passou para cento e trinta, ainda bem que ele enxerga muito, de longe ele viu que a ponte sobre um rio enorme tinha caído e gritou pra mim – segura trovador que nós vamos voar, pulei no colo de Deus de novo e acho passamos de cento e oitenta, quando estava chegando à cabeça da ponte ele deu um soco num botão vermelho ligando as turbinas e os jatos chegaram a doer os ouvidos. No toque que ela deu no ressalto da ponte ela subiu e voamos. O rio não era muito largo, apenas uns cem metros, mas deu tempo de eu curtir o voo.

     Olhei para baixo, vi aquela correnteza linda de águas amarelas passando velozes sob nós e eu já estava na segunda parte da Ave Maria e aí que eu vi que fazia os pelos sinais com a mão esquerda, e o medo de parar para trocar de mão e ela me abandonar? Continuei a rezar e vi chegar ao final da ponte e a possante aterrissar numa boa, o mestre me falou depois de dar outro soco no botão vermelho - Trovador, quando eu tinha a outra caminhonete eu caí no rio uma vez, mas agora é seguro. Perguntei: - mestre, o senhor anda vendo aqueles filmes velozes, maravilhosos e furiosos? Ele falou que sim, mas não gostava muito porque os caras eram muito moles. Concordei claro.

     Felizmente surgiu uma casa tipo sede de fazenda de dois andares e ele diminuiu e encostou perto da escada, já tinha uma fila de funcionários todos de uniformes branco nos esperando. Tinha um casal de pretinhos barrigudos, ela e ele tinham um ossinho atravessado no nariz e só usavam um avental que tapava a frente a as bundas ficavam de fora igual àqueles que quando a gente opera no hospital eles obrigam a gente a vestir e o freguês fica com um frio no rabicó danado. Eu quando fui lá falei com a enfermeira e ela colocou um esparadrapo prendendo o dito cujo.

     Descemos da picape e o mestre Conde Dílson disse: - vamos tomar um café Trovador, depois pegar o isopor com comidas e frutas típicas da ilha e que venha os peixes. Animei-me e o acompanhei, quando passei perto da pretinha ela meteu o dente no meu ombro, só foi um mordidinha rápida, mas doeu e eu falei para o mestre, ele riu e me disse que era um casal de canibais domesticados e que ela só estava brincando, não acreditei muito, mas o mestre falou tá falado.
Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 22/03/2017
Reeditado em 23/03/2017
Código do texto: T5948625
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