Senhor Alberico da Montanha.

Sr. Alberico Quintana vivia na quitanda da esquina...

Fumando pitos lendo jornais antigos e jogando no bicho. Soltava baforada a cada erro de interpretação.

Paquerava as moçoilas e resmungava quando elas xingavam, o que era corriqueiro.

Aposentado pelo Instituto de Estatísticas do Governo da Paraíba, morava em Maceió e metia o pau nos políticos.

Dizia, enquanto pitava e amassava o jornal, 'que os pobres não foram feitos para a política, mas para sustentar o poder dos políticos'. 'Que a política brasileira é lamentável, onde não se encontra um político honesto e aqueles que assim são, raramente chegam ao poder e se conseguirem duas saídas lhes restam: Sucumbir à corrupção ou serem destruídos pelos desonestos'. Que política é a ciência da corrupção e muito mais. 'Políticos no Brasil não são eleitos pelas pessoas que leem jornais, mas pelas quais se limpam com ele', que na política se dermos dinheiro ao homem, se corrupto, ele te apoiará cegamente; dê livros, e ele será eternamente seu inimigo.

Alberico era foda. Na juventude atuou nas forças revolucionárias do norte do Ceará, ajudou Lampião acender uma lamparina no cangaço numa noite em que até a Lua pediu arrego e desmaiou...

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 20/02/2017
Reeditado em 20/02/2017
Código do texto: T5918833
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