afilhado do diabo capitulo 01

O AFILHADO DO DIABO.

Causos de Zé Teodoro Anhembi.

Capitulo 01

O afilhado do diabo começa assim: Em uma imensa fazenda exestia uma frente de trabalho, que era o corte de lenha de matas nativas.

Onde vários homens, usando seus machados derrubavam e cortavam lenha, que eram vendidos aos fazendeiros que usavam para queimar nos fornos de tijolos e nas fabricas de açúcar.

Esses homens eram rudes, queimados e curtidos de sol, e cortavam e empilhavam a lenha para um sovina de um fazendeiro; de nome Geremias, esse fazendeiro era tão pão duro, que não tomava banho para não gastar sabonete, pagava tão pouco para seus lenhadores que dava até dó.

E ainda obrigava a todos seus empregados a comprarem em seu armazém, que ficava dentro de sua fazenda, e cobrava tão caro que quase todo o pagamento que esses coitados ganhavam no duro trabalho, ficava no armazém.

E acabava voltando para o bolso do sovina.

E quando um de seus amigos, também fazendeiro lhe falava que os preços dele eram alto demais, ele ria gostosamente e dizia em bom alto som: __E assim que eu gosto, fazendo isso, esse molengas tem que trabalhar mais e mais e o meu lucro aumenta, eu não mandei eles nascerem pobres, eu nasci rico e rico não pedi, mas manda e com o armazém o que eu lhes pago volta de novo para mim, comer, eles vão ter que comer mesmo então que comam do meu armazém, ha!Ha!Ha! (ria muito o desalmado fazendeiro) e sempre sobrando muito pouco para o lenhador outras vezes empatava e quando ficavam devendo era divida em cima de divida.

E se isso já não bastasse todos os dias de manhã ele vazia inspeção no corte de lenha onde se encontrava os lenhadores, o berreiro era sempre o mesmo. Todos os homens trabalhando e ele montado em seu cavalo gritando como um POSSEÇO__VAMOS seus molengas eu quero trabalho muito trabalho, trabalhem depressa seus vagabundos, estão pensando que o meu dinheiro é capim, seus imundos, não quero conversa fiada aqui, no meu lenheiro o único som que quero ouvir e de machado cortando arvores, quero ver cair uma atrás de outra, cambada de molóides.

No meio desses lenhadores, vamos encontrar um que se destacava mais que o outro era o seu Sebastião e que todos o chamavam de Tião. Esse Tião era um homem de meia idade, com uns quarenta e cinco anos ou quarenta e oito nessa faixa. Moreno bastante queimado pelo sol, pele bem curtido, cabelos bastante crespos, pois ele não era negro, mas suas origens eram Africanas.

Na casa um pacato pai de família se exaltava de vês em quando, era porque tinha muitos filhos, doze ao todo e se a família era grande os problemas também o era e com um machado na mão ele não brincava em serviço o Record de corte de lenha era só dele, também pudera com um reco de filhos para sustentar precisava ganhar sempre mais e mais.

Mas quando o seu Geremias estava berrando impropérios em cima dos trabalhadores o velho Tião se desdobrava no corte de lenha, ele ficava louco e com seu machado na mão fazia arvore e mais arvore cair uma apos outra, era um demônio no serviço e o mal - dito fazendeiro parece que tinha prazer em ver o Tião desse jeito.

Mas quando o Geremias ia embora os lenhadores paravam um pouco para descansar e beber uma água ou café, e faziam comentário para cima do coitado do Tião .

__(Maneco) Hei Tião, conte para nois, porque você fica uma fera, com o homem por perto, é medo em ha!, ha!, ha!,

__(Horacio falou) Se o homem ficar em cima dele o nosso Tião acaba com a floresta. E todos tiravam uma casquinha com o Tião, mas ele sabia que todos gostavam muito dele, se não fosse esses amigos o que seria do Tião e rindo também das brincadeiras dos amigos o Tião deu uma parada respirou fundo e disse.

__Não é medo não, meus amigos, é que em cada, arvore eu vejo o retrato desse sovina e ai eu quero matá-lo e por isso que eu faço esse estrago no lenheiro só assim eu me sinto em paz com a minha consciência.

Veja bem como ele era trabalhador parou sim para dar um respiro, mas não desgrudou do cabo do machado se tomou água foi porque o Lucas lhe levou uma cuia d’água e já começou a cortar lenha pois como tinha derrubado muitas arvores ele agora tinha que picar, pois só contava o metro depois de empilhado.

Depois que gozaram a vontade com o Tião o mesmo Maneco gritou, meus amigos vamos dar uma mão ao velho Tião se não ele não consegue empilhar e ai não ganha dinheiro e sábado esta perto, é no dia de pagamento. Ais todos foram com seus machados e ajudaram o Tião a empilharem as lenhas.

Mas quando o dia se acabava e o sol se escondia atrás dos penhascos pronunciando a noite, e todos voltavam para a casa.

Zé Teodoro
Enviado por Zé Teodoro em 04/09/2016
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