Uma Rosa para Berlim - Verdades que esconderam 4.

Barulho de explosões bem distante são ouvidos. E nós já cuidamos de todos

os feridos. Passo pela rua e vejo muita destruição. Marija me acompanha por todo

o percurso de ruas destruídas. Erna e Volsak andam com um grupo de soldados.

A noite chega e nos acomodamos junto a caminhões da SS. Os soldados fi

cam próximos e sempre nos olham de rabo de olho. Jantamos quietas e quietos.

A mulher que estava distribuindo remédios comigo se aproxima. Seus longos cabe

los estão em tranças. Os meus estão desalinhados e ela fala :

- Nem falamos nossos nomes! - Senta a meu lado - meu nome é Frøya!

-Nina! - Olho para ela - você é do grupo... Viril?

- Pertenço sim! - E Sorri - mas não era do círculo interno. Aprendiz do poder femini

no. Vi Maria Orsic de longe! Conheci Adolf Hitler de perto mas...- segura meus ca

belos delicadamente - Posso fazer duas tranças em você?

- Pode! - Respondi prontamente olhando para ela - o que veio fazer aqui?

- O sonho acabou! A realidade é que temos que tentar sobreviver e...O sonho de ir

para o espaço... - Sorri enquanto trança meus cabelos - ficou para depois.

- Quero todas vocês no pátio daquele hotel ali - aponta para um prédio semi-demoli

do que está com o andar de baixo inteiro. Fomos para lá com o coronel.

- Deverão usar roupas da juventude Hitlerista. Quero ver todas bem vestidas e higi

enizadas. Terão armas adequadas pois, sabemos que o comandante passará por

aqui. Se arrumem rápido - E se retira

Nós tomamos banho e nos higienizamos. Colocamos as roupas da liga feminina.

Frøya refaz minhas tranças e cada uma faz trança na outra.

- Venham pegar suas armas! - Gritou o coronel chegando e nos guiando até uma

sala cheia de volksmachinenpistole MP 3008. Muita munição e carregadores.

Pegamos nossas armas e uma bolsa feminina onde colocamos 5 carregadores.

Saímos dali e ficamos na sala ao lado. Então vamos dormir. Eu ainda ando pelo

local e vejo soldados espalhados por todos os lados. Vejo alguns tanques saírem

para outro lugar e, logo depois, alguns soldados também são remanejados. E fica

mos em menor número. Ando na rua que continua em um descampado pois, estamos quase fora do último subúrbio do nordeste de Berlim. Considero loucura

estarmos ali pois, se houver um ataque de surpresa, estaremos logo atrás de uma

pequena tropa e seremos atacadas de pronto. Somos em pouco mais de 25 mu

lheres e depois chegam mais umas 15. O coronel é quem trás e fala :

- Acham esquisito mulheres aqui mas, se formos atacados, poderão ajudar com

munições, rancho e equipe médica. Vocês tem o valor devido. - Olha para cada

uma de nós - agora vão descansar que amanhã vamos fazer alguns deslocamento

como reconhecimento do subúrbio. Depois iremos patrulhar outros subúrbios.

E se retira e eu me acomodo ao lado de Lili e Gerda Mende. As horas passam.

E o dia 20 de abril de 1945 termina.