Uma Rosa para Berlim - Assassinato e prisão

A madrugada chega e com ela , reduz-se os participantes da festa. A casa se

esvasia e Rutigar converça com um pequeno grupo de bomens e mulheres. Minha

Tia está no grupo e meu tio se dirige ao quarto. Vou atrás dele. Estou um pouco

irritada com a situação. Entra no quarto e apenas encosta a porta. Entro falando:

- Vim aqui só para seus interesses? Está me usando ?

Ele se vira e me encara com um ar de deboche.

- Vendi você para ele e será bom para você , sua vagabundinha de Berlim.- se apro

xima rapido de mim e agarra meu queixo.- sei do seu dia-a-dia em Berlim e isso

será melhor do que ficar se deitando com amigos de escola. Viverá melhor !

- Sabe se é isso que eu quero para minha vida ?

- Alguém tem que pensar para você !

- Onde está meu dinheiro ?

- Rutigar vai te dar muito mais !

- Peça ao Rutigar ! - e me solta indo até a escrivaniha- Não vai levar uma moeda

sequer do meu dinheiro ! - senta-se na cadeira exibindo uma pistola mauser.- fora

daqui , vadia imunda ! - engatilha a arma e aponta para mim com o mssmo ar de

deboche - desapareça daqui !

Naquele momento não havia nada o quê fazer. Fui me retirando e esbarro com

Rutigar chegando.

- O que faz aqui minha princesinha ?

- Cobrando o dinheiro que meu tio me deve !

- Quanto ele te prometeu para se entregar a mim ? - pergunta Rutigar ficando furi

oso - aual foi o preço ?

- Não foi bem assim , Rutigar ! - protestou meu tio.

- 6000 Reichsmarks ! -grito eu.

- E você aceitou de bom grado ! - grita Rutigar sacando de uma Luger e colocando

na minha têmpora - familia de vagabundos ! Golpistas safados !

Olho para meu tio muito sério e com um pouco de tranquilidade. Vejo porque.

Minha tia chega armada e coloca a arma na cabeça de Rutigar.

- Solte essa arma , seu filho de uma vaca ! Já assinou tudo e não presta para mais

nada ! - e atira na cabeça dele. Solto um grito de pavór. Sinto um golpe na minha

cabeça e fico meia tonta. Acordo com água no rosto e pessoas me segurando.

- Cuidado que ela é perigosa ! - grita minha tia chorando. Meu tio está desesperado

e anda de um lugar para outro. Puro fingimento - eu e meu marido sairemos do

país nesta semana mesmo, para não sermos sujados pelo que minha sobrinha

fêz. - e abraça meu tio . Ambos choram artisyicamente. Perfeita interpretação.

- Não fiz nada ! - protesto ao ser retirada do local - ela é a assassina ! - grito.

Não posso fazer nada. Sou retirada pela policia . Me colocam em um veículo e

me levam para um presídio. Me colocam em um quarto separado. Talvêz a pedido

de meu tio. Tudo para evitar escândalo. Vejo meu tio dar dinheiro para o chefe de

polícia e não entendo nada. O policial apenas ri e me olha com ar de desprezo.

Meu tio se retira e o chefe de polícia se aproxima de mim antes de sair do quarto.

- Resolveu mudar a versão e terei que dar um fim a você , menina !- fala gargalhan

do e depois fechando a porta. Estou sem saber o que fazer. Penso e penso. A noite

vai passando e o lugar fica muito silencioso. Um silêncio fúnebre. Apesar de ser

verão , tudo parece frio. Parece que é inverno. Talvêz o meu mêdo é que faz o am

biente esfriar. Sinto muito mêdo. O pavôr toma conta de mim.