Uma Rosa para Berlim - Depois do campo

Gritaria e mais gritaria. É assim todos os dias em Ravensbrück. As mulberes

são acordadas, fazem o desjejum e são levadas para o trabalho forçado. Nós so

mos levadas para uma fábrica a fim de tomarmos conta delas. E assim passam-se

os dias e agosto de 40 entra e nós cinco somos retiradas do campo e levadas para

um centro de treinamento militar no norte de Berlim. Agora temos a cozinha para

arrumar e roupas para lavar. Todo o mês de agosto passamos assim.

Final de agosto chega e somos colocadas diante de um capitão bem alto de

olbos azuis e com ar sério. Anda de um lado para outro com as mãos nas costas.

- Meu nome é walter gunter ! Capitão Walter Gunter !- pára olhando- nos - Vou levar

vocês 5 para fora da cidade e deverão cumprir metas. Cumpram-nas e estarão

livres para viverem como quiserem - faz sinal para que embarquemos. E é o que

fazemos com bastante pressa pois, queremos desaparecer dali. Somos levadas

de caminhão e isso é demorado, com paradas para comer e descansar. Ao final

do dia chegamos em uma autêntica fortaleza fora de Berlim. O lugar é arborizado

e tem muitos oficiais andando pelas cercanias. A próxima casa fica a uns 800m

de distância. Entramos e somos levadas para um enorme quarto com banheiro.

A mobília do quarto é colonial e é todo acarpetado. Uma senhora chega e abre o

enorme guarda-roupas e aponta as roupas. Elas estão etiquetadas com o nome

de cada uma de nós. Fico olhando as roupas de marca e boa vostura. Uta e Greta

ficam abraçadas sem entenderem nada. Eu olho para Marija mostrando que estou

entendendo tudo. Erna sorri e olha para mim e, depois olha para mãe e filha e de

pois para Marija e arregala os olhos. Depois olha para Greta que a encara mostran

do que está entendendo tudo. Uta ameaça chorar e se desgarra da mãe e toca nas

peças que tem o nome dela. Sorri e olha para a mãe e então fala :

- É relaxar e gozar ! - dá uma gargalhada - onde está meu pai nessa hora ?

- Ele não liga para nós , filha ! - disse Greta meia triste.

- Ele está com Erika , mãe ! - disse Uta rindo - sei de tudo e algo mais.

- Que algo ?

-Ouvi uma conversa de que não sou filha dele.

- Onde ouviu...

- Sem mentira , mãe ! Sei de tudo !

-Então não tenho mais nada a falar.

- E sobre essas roupas...- ficamos mudas - não me olhem como se eu fosse uma

criança pois, ha muito que não sou mais virgem e...

- O que tivemos que fazer dia desses explica as roupas - corta a mãe abaixando a

cabeça e indo abraçá-la. As duas se consolam.

Entra uma senbora forte na sala e bate palmas falando :

- Amanhã é dia 2 de setembro e teremos visitas. Se ageitem ai e descansem pois,

ficará difícil descansar depois ! - olha para nossas roupas averiguando-as - tudo

como combinado - sente o tecido com os dedos - vão dormir logo que nantarem.

E se retira e vamos ao banho. Pouco depois chega farto jantar e nos esbannamos.

Mais tarde caimos na cama com vontade.