A taxista

Surpreendeu-se ao entrar na recepção de seu escritório e logo tão cedo dar de cara com aquela figura tão encantadoramente feminina.

Mais surpreso ainda ficou quando avistou em suas mãos uma carteira de couro preta, que ela logo lhe estendia dizendo:

- Bom Dia, desculpe incomodar tão cedo, apenas vim lhe devolver esta carteira que o senhor deixou cair em meu táxi ontem à noite.

Táxi? Aquela mulher distinta, tão cheia de classe, taxista?

- Muito obrigado, por favor, vamos entrar em minha sala para eu poder lhe agradecer melhor.

Recuando ela acenou negativamente.

- Não há o que agradecer, apenas cumpro com as normas do sindicato, mas já vou indo, tenho uma corrida agora.

Queria ser insistente, pedir para que ficasse um pouco mais, lhe oferecer um café. No entanto, antes que ele pudesse lhe tocar o ombro ela já havia partido, deixando apenas um aroma doce e aveludado no ambiente.

Entrando em sua sala, com a carteira na mão, não pode conter o impulso de leva-la ao rosto para tentar captar ali mais algum vestígio do cheiro daquela mulher.

E que mulher. Que voz. Que olhar. Que cabelos. Que pernas. Que corpo.

Não havia deixado seu telefone ou endereço... nem sequer do nome tinha conhecimento.

Apenas que era taxista... não seria muito difícil localizá-la.

Aposentaria seu carro e passaria os seis meses seguintes viajando de táxi.

Camila Gimenez
Enviado por Camila Gimenez em 31/08/2015
Reeditado em 01/09/2015
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