Uma Rosa para Berlim - 4

O quadro é de horror e olho para minha mãe sem vida e depois para o meu pai que está inerte com um tiro na testa. Choro e vem em minha mente o meu pai brincando comigo e minha mãe superprotetore.

Escuto um barulho de veículo e volto para a realidade. Está chegando gente e corro para o fundo da casa, meu único refúgio. Passo pela porta da cozinha e, ao sair no quintal, vejo vizinhos curiosos olhando que se escondem ao me verem.

Não há tempo para mais nada pois, parece que estão vindo para a cozinha. Então corro para a rua pois, os militares que ali se encontram acham que eu sou uma lesada. Corro para a rua edesapareço da vista deles, indo para uma casa velha de judeus abandonada. Tudo escuro mas, é meu único refugio. Aguardo ali até que saem alguns soldados em disparada pela rua a minha procura.

Tudo está escuro. Meu cansaço é aparente e meus olhos querem fechar.

Barulho de botas, seguidos de tiros. Barulho de avião e minha mente voa: um quarto branco, com uma porta e uma saida. Estou ficando louca ou vejo minha mãe e meu pai me recebendo.

- Desculpe-me filha- disse meu pai parando bem perto.

- Agora tudo está bem, minha menina- disse minha mãe se aproximando e me abraçando junto com meu pai.

Então, parece que minha visão se aclara e vejo tudo e todos, no presente e no passado. Vejo que um capitão da SS entrou na casa de meus pais a minha procura.

O capitão procura por alguém e por mim em todos os cômodos não me achando pois, estou na casa abandonada toda escura e cheia de medo, frio e com sono. Esfrego meus olhos para ficar acordada e então vejo os militares se retirando. Aguardo por cerca de 1 hora e, ao perceber que tudo está em silêncio, me dirijo as espreita e com muito cuidado para minha casa, entrando sem ter nenhum medo pelo fato dos assassinatos ocorridos ali.

A casa está um verdadeiro túmulo e me arrepio com tudo isso. Corro para o meu quarto e pego roupas e jogo em um saco verde oliva. Pego um par de botas de cano alto e um par de botas cano normal. Pego as chaves que estão em meu bolso e leio o que está escrito no papel junto a chave.COFRE.. Então corro para o quarto de meus pais e me arrepio toda. Então crio coragem e abro o cofre e vejo que há dinheiro o suficiente para algum tempo. Pego o dinheiro e coloco no saco. Ouço tiros na rua. Saio correndo do quarto e vou pra a sala. Parando, vejo pela janela pessoas se escondendo na velha casa e soldados cercando tudo. Fico atrás do muro vendo tudo e vejo que os soldados não perceberam a manobra do grupo. Aguardo um pouco e me dirijo para junto deles.

Ao perceberem que foram encontrados, vejo , embora escuro, que ficam apavorados.

- Fiquem tranquilos que também estou em fuga.

- Como em fuga se você é uma schaffer Kohl?- perguntou uma moça loira e alta ao lado de um rapaz - Seu pai é quase um Gestapo !

Olho para a moça e a reconheço: parente de Klaus

- Ruth! - disse eu a reconhecendo - mataram Klaus e meus pais

- Como assim, Nina?

- Sempre apoiei o Klaus e isso foi o motivo para desencadeiar isso tudo.

- Como saiu ilesa?

- Matei vários deles e estou sendo procurada por isso.

- O que fará agora ?

- vou fugir com vocês.

- Nós tentaremos chegar na França.

- Será ocupada quando a atacarem.

- Então para onde vamos.

- Holanda, talvez.

- Como vamos ? - perguntou um rapaz ao lado dela - Não temos dinheiro para tal viagem.

- Eu tenho- Eu disse mostrando um pacote - isso é o suficiente.

- E você emprestaria ele para as passagens? - perguntou Ruth.

- À partir de agora nós dependeremos um do outro.

Ruth se aproxima e me dá um abraço bem forte.