Uma Rosa para Berlim - 2

Uma gargalhada seguida de outras mais e, ouve-se alguns tiros mais. Ao longe se vê idosos sendo carregados e alguns corpos também:

é Gross-Rosen. Gross-Rosen sendo banida para sempre da vida. E

as lembranças me vem e vão enquanto sinto um chute nas costas : Tudo

parece um sonho e, sinto cheiro de corpos podres e mofados. Há cor

pos pelo chão úmido. Entram oficiais com submetralhadoras MP 40 e me

agarram como se eu fosse um saco de lixo.

- Maldita alemãzinha !- e me jogam no chão. Apesar da arma ser alemã, são Russos que acabaram de chegar.

- Leve esta vagabunda e fuzile-a agora mesmo.

Minhas lembranças voam até aquele maldito dia quando fui retirada de casa pelo oficial Rudolf e colocada na viatura.

O medo espalhado pelas ruas e, algumas pessoas sorridentes e outras desconfiadas.

O comboio chega em uma casa retirada da cidade e cercada por soldados da SS. Me conduzem até um quarto fechado e lá Rudolf entra

gritando com seus soldados.

- Saiam daqui ! Saiam ! Saiam !

Todos saem correndo e após, Rudolf fecha a porta e se dirige para minha pessoa e me dá um tapa me derrubando. Minha reação é rápida e me ergo tentando acertá-lo com um tapa mas ele segura minhas mãos.

- Sei que sua família tem amigos judeus e só não vou entregá-los

porque você será minha.

- Não será tão fácil assim não , seu monstro.

- Além do mais...- dá uma gargalhada - Você vai entrar para o grupo VRIL- toca em meus longos cabelos amarelo-trigado

- Vai nos ajudar muito.- Me puxa para junto dele- vou lhe vestir com uma farda para ficar apropriada para a ocasião.

Me empurra para a parede e tenta me beijar. Fujo e o afasto deixando-o com um ar de ódio. Se lança para cima e eu consigo acertá-lo com um soco.

-Socorro ! - Gritou ele enraivecido - A vagabunda está me agredindo!- e tenta me acertar com um soco. Reajo pulando para o lado e o agarro por trás chutando-o nas nádegas.

Entram soldados com pistolas na mão e alguém faz um disparo para o chão e eu fico aterrorizada. Um tapa desferido por um outro oficial me joga no chão. Rudolf puxa de sua pistola luger e encosta o

cano da arma em minha cabeça e grita:

- Vagabunda !- E rasga minha blusa arrancando-a e deixando meu soutian à mostra .

- Pare com isso - Grita o outro oficial - Fica para quando estiverem à sós - Venha que temos que estudar uns planos- E se retira fazendo sinal para os outros soldados saírem.

Rudolf sai de cima de mim e se ajeita se retirando. Me arrumo vestindo minha blusa rasgada e olho para todo o quarto sem mobília.

Todo branco e parece feito para tortura. Estou sofrega e apavorada.

As coisas estão seguindo um rumo estranho e tenho que fazer algo para fugir. Mas não há o que fazer a não ser rezar e aguardar. Ouço o barulho de veículos se retirando e uma discussão bem áspera entre os presentes na sala ao lado. Berros ,berros e uns tiros de pistola. A porta se abre e Rudolf entra.

- Veja o que você fez- E aponta a luger para minha cabeça - Tire

a roupa ou eu a matarei como fiz com os outros na sala pois, me chamaram de frouxo.

Rudolf parece ensandecido, um animal pronto para atacar e matar.

Me ponho em defesa e espero ele se aproximar.

- O que está acontecendo com você Rudolf ?- Pergunto tentando acalmá-lo - Você não era assim.

- Sempre fui assim e...- sorri -Apenas tentava ser mais ameno.

Um soldado entra rápido e Rudolf em um movimento rápido o acerta. Corro até o soldado que se esvai em sangue e vejo que está morrendo. O rosto de Rudolf está transfigurado. Eu me abaixo até o soldado e, sem que Rudolf perceba, toco na luger do soldado e a puxo com extrema violência. Rudolf por ser militar dispara uma, duas, tres vezes e eu pulando feito gata .

- Vadia imunda ! - grita ele.Gritou ele o que foi suas últimas palavras pois, descarreguei a arma no peito dele, que tomba feito um lixo descartado.

- O que está acontecendo aí - Grita alguém da outra sala.

Vou até o corpo já inerte de Rudolf e pego um carregador cheio o substituo pelo da minha arma que está vazio.

- Rudolf está ferido pois, foi atacado pelo outro soldado.- minto na hora.

O soldado entra rápido e eu o empurro saindo logo após e fecho a porta. Na sala há 2 soldados que ficam com ar de abestalhados sem entender o que está acontecendo. Disparo contra os 2 que pulam no chão se esquivando dos tiros. Então saio da sala correndo e vou para a cozinha com um soldado comendo algo. Disparo antes que reaja. Acerto-o na barriga e ele geme. Deixo a cozinha e vou para o quintal.

Tiros vindo da casa quase me acertam. Corro para junto das arvores e faço alguns disparos. Então desapareço no mato enquanto soldados se reunem ao lado da casa para entender o que aconteceu.