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ME EMPRESTA? Cadu estava vivendo uma das fases mais emocionantes de sua vida. 18 anos, primeira namorada, carteira de motorista...
Mas estava faltando o carro. O pai prometeu comprar um malhadinho para ele acabar de malhar, mas estava esperando aparecer um bom negócio.
Saulo era seu amigo, tão amigo que lhe emprestou o seu Cheiroso para ele sair com a namorada.
Cadu estava no auge da felicidade. A menina que pela primeira vez teve permissão dos pais para sair com ele e o carro, emprestado é verdade, mas que por algumas horas seria seu.
Foram a uma balada, dançaram, namoraram, se divertiram e estavam muito felizes até que, quando já voltavam um guarda fê-lo parar e pediu-lhe os documentos.
E a surpresa:
--Este carro foi roubado. O senhor está preso.
-- Preso? Como assim? O carro é do meu amigo, ele emprestou-me...
__Esta história o senhor vai contar na delegacia.
A garota, assustada, telefonou ao pai que veio "voando" arrebatou a filha e foi embora sem nem ao menos se inteirar do que estava acontecendo.
Cadu teve autorização para telefonar para o Saulo e para o pai.
Sabia que o pai ia virar uma fera, mas ele estava precisando mesmo de uma fera para ajudá-lo a sair da enrascada na qual se metera..
Saulo chegou, acompanhado do pai e da mãe, ao mesmo tempo em que o pai de Cadu chegava e já gritava com ele:
-- O que você aprontou para ser preso?
-- Eu não aprontei nada, o guarda disse que o carro foi roubado...
O pai de Saulo não estava menos zangado:
--Eu estou cansado de dizer ao Saulo que carro não se empresta (como se o problema fosse ele ter emprestado o carro) e continua raivoso para a esposa:
--Você é que é culpada!
--Eu?
--Você deixa esse garoto fazer tudo que quer, olhe o resultado.
O delegado intervém:
-- Calma, vamos ao que interessa. Você roubou esse carro?
-- Não!!! Eu comprei de um cara que estava vendendo porque precisava do dinheiro e vendia bem barato.
-- Como é o nome desse cara?
-- Eu não sei. Ele falou, mas eu esqueci, pensei que desde que ele me transferisse os documentos estava tudo bem.
-- Você pagou com cheque? Tem o canhoto?
-- Náo. Ele pediu que pagasse com dinheiro vivo e eu então tirei o dinheiro do banco ...
-- E não lhe pareceu extranha essa exigência?
-- Não ...
O delegado teve vontade de rir, mas é claro que não riu:
-- Bem, o carro fica aqui para averiguação. Vocês podem ir embora, mas se forem chamados e deverão comparecer incontinenti.
Quando chegaram em casa, como Cadu já esperava, o pai continuava furioso com ele:
-- Onde já se viu sair por ai com um carro roubado!
-- Eu não sabia, nem o Saulo sabia. Ele comprou... pagou por ele...
-- Comprou do ladrão, né? Ou ele é um idiota, ou é conivente, você está proibido de manter amizade com ele.
-- Mas, pai...
-- Chega! Mais uma palavra e eu lhe dou umas bofetadas! Vá já para seu quarto e trate de criar juízo.
Como se não bastasse, o telefone do Cadu toca.
É a namorada que já então era ex-namorada, pois é claro que depois dessa trapalhada toda o pai obrigou-a a terminar o namoro:
-- Cadu eu deixei uma echarpe no banco traseiro do carro...
Cadu não conseguiu evitar o grito:
-- Chega de confusão! Você perdeu sua echarpe!
-- Mas, Cadu, a echarpe era emprestada de uma amiga que a estimava muito porque foi presente que sua madrinha lhe trouxe de Paris...
-- Então vá a policia, explique, se vire, que pra mim CHEGA!
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Me Empresta?
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