VELHO ENGENHO

Engenho de cana, Engenho velho que muito gemeu engolindo cana.

O dia inteiro estava lá como que um carrossel devorando cana.

O cavalo Fubá com seu casco estropiado,

O burro Zeferino com seu pelo de rato. Os dois iam revezando na moagem para tirar a garapa.

Desde muito sedo eles começavam a girar as moendas do engenho.

“Está faltando cana”, dizia Papai!

E nós íamos apressando as canas em suas incansáveis moendas que lentamente iam apertando as canas.

O braço forte do engenho, feito de jacarandá, ia norteando Zeferino e Fubá.

A lingueta de zinco do engenho ia soltando lentamente a garapa.

Garapa docinha que caía na calha de cerâmica e corria fazendo barulho para o grande taxo.

Taxo velho, taxo de cobre, taxo raso e de apuração!

Fazia sol, chuva, nublado ou frio, lá estava Fubá e Zeferino.

Como que num carrossel moendo cana e rangendo o engenho velho, eles iam garapando o canavial!

Rapadura boa, docinha e pesada.

Melado bem grosso, crianças por perto e muito melecada.

Velho engenho!

Somente com as lembranças que não voltam mais.

Que saudade!

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 02/03/2015
Código do texto: T5155939
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.