APENAS UM SONHO...

Era uma noite escura, o céu tava nublado, a Lua não deu o seu brilho como de costume, aquela não era uma noite qualquer, não era como as outras, realmente muito me impressionou ela ser tão diferente. Naquela noite uma jovem moça estava assentada defronte de uma casa mui bela de onde saiu uma outra moça, a quem denominarei "E...", e veio ao seu encontro, e falou belas palavras de superação e alegria, aquela jovem, que muito estava angustiada, se animou e no mesmo instante o sol raiou, tinha se passado a noite escura e fria e já o sol era visível, naquela manhã o vento soprava impetuosamente, e aquela moça, denominada "E...", sumiu no meio do mundo e esqueceu daquela jovem que encontrara tão fragilizada naquela noite.

Dias passaram e chegaram a passar meses, aquela jovem tornou a se sentir angustiada, em sua alma estava a dor da decepção e todas as noites naquele mesmo lugar, aquela jovem moça se assentava, defronte da casa daquela, denominada "E...", e a esperava para ouvir as palavras que saiam de sua boca porque aos seus ouvido eram doces como o mel e suaves como azeite, bom... aquela jovem sabia que esperaria em vão, mas com toda esperança, persistia em esperar, á noite não dormia, estava o tempo todo atenta aos movimentos daquela casa.

Passado bastante tempo aquela moça, denominada "E..." voltou a aparecer e disse apenas: — Jovenzinha não fique assim, a vida é apenas seu bicho-papão. Não chore mais, não se iluda, a mão que fere é a mesma que cura, tem dia pra rir e dia pra chorar, há tempo pra tudo debaixo do céu, menininha porque você passa tanto tempo olhando pro tempo? Porque você vive assim, sozinha e abandonada? Aquela jovem moça contou-lhe sua história, uma triste e longa história, que fala de amor e ódio, paixões e ilusões, e assim se foi mais uma noite.

De longe e de fora havia uma senhora que da sua janela observava a história, de passo largo passava de lá, com aquela menina não queria falar, de longe já via que mal que fazia a denominada "E..." querer lhe ajudar. Aquela pequena se acostumou e o dia todo só pensava em ver novamente a denominada "E...", verdadeiramente ela amava aquela maneira acolhedora da denominada "E...", ser, mas aos poucos, aquilo a foi viciando, e vivia dependente, no mesmo local, no mesmo horário, aquela jovem observava aquela, a quem denomino "E...", o seu entrar e o seu sair conhecia, a sua rotina, o seus costumes, tudo ela sabia,até o respirar daquela, a quem sabes como denomino, a jovenzinha conhecia.

Os anos passaram aquela a quem denomino "E..." percebeu a obsessão daquela garota, e a deixou. Aquela atitude causou imensa amargura no coração da garotinha, que cada vez investigava mais a vida da denominada "E...", que aos poucos foi se entristecendo e a desprezando cada vez mais.

Aquela menina, de tanta tristeza, pensou até em suicídio, aquele motivo bobo, simples, banal a tinha conquistado de forma sobrenatural, o coração se lhe apertava, as lágrimas escorriam pelo seu rosto e se podia ouvir, bem baixinho um gemido, um sofrido gemido, que exprimia o que ela sentia, a jovem moça estava muito angustiada, sua alma já não aguentava tanto sofrimento.

E era aquela mais uma noite vazia, onde tudo se perdia na imensa escuridão, aquela garota insistia em aumentar sua dor vivendo defronte da casa daquela denominada "E..." e á soluços e lágrimas, acabou a dormir e nesse sono teve um sonho, viu um luz que resplandecia sobre ela e que dizia com grande voz: — Levanta-te e sai deste lugar que limita a tua visão, sai deste lugar que limita você de ver a plenitude das coisas que tenho a te oferecer. E a jovem acordou assustada,na janela aquela senhora só observava e sabia que agora ela seria feliz. A menina que já era moça, mas que chamo-a de garotinha, agora já beirando a maioridade, levantou-se num salto só e saiu rumo á felicidade. Confesso caro leitor, que não sei aonde a garotinha de minha narração foi parar, mas da última vez que a vi, os seus olhos brilhavam e os céus resplandeciam em sua face, aonde quer que ela esteja espero que esteja feliz, afinal tudo começou com uma noite sem lua e terminou com um dia de sol.