NUMA NOITE DE LUA CHEIA= EC
Roberto o filho do Coronel trouxe a namorada, Yeda para conhecer sua família e passar o fim de semana no campo.
Todos gostaram da moça e estavam felizes com o namoro dos dois, todos, menos o Guié, o negrinho adotado pela família.
Guié e Roberto sempre foram muito amigos. A diferença de idade não era empecilho para que brincassem juntos, jogando bola ou nadando no rio e ainda iam à cidade para a matinê do cinema, o circo ou o parque de diversões, com direito a pipocas e picolés.
Mas Roberto foi fazer o serviço militar, depois arranjou um emprego na cidade e foi-se distanciando dele.
De repente o Roberto era homem feito e o Guié continuava sendo um garoto. Tinha muito ciúme dele. Não gostava de seus amigos e ficava triste quando ela saia para passear e não o levava.
Agora, vendo-o cheio de mimos com a namorada estava em brasas.
Pior do que isso só o medo que o assaltava por ser uma sexta feira 13, noite de lua cheia, e, segundo ele, um saci Pererê que andava rondando o sitio podia aparecer a qualquer momento.
-- Não seja bobo, menino! Sacis não existem. São figuras mitológicas...
— Se ele é figura... mi... mi... Essa coisa ai, não sei, mas ele anda por ai. Já apareceu no sitio do Seu Lucas ...foi o Caluta que disse ...
-- O Caluta está mentindo, ou pode ter visto qualquer animal no escuro e pensado que era ele.
-- Mas o Seu Lucas confirmou e até a dona Leopoldina. Ela ficou com tanto medo que precisou tomar calmante. E a dona Elisa que teve aquele alccê, diz que foi porque o saci passou por lá...
-- É AVC! E agora chega de falar bobagem. Vamos jantar.
Mas o menino estava apavorado. Quase nem comeu e a cada ruído que ouvia olhava assustado para a janela.
Foi deitar-se muito cedo depois de tomar uma xícara de chá de cidreira preparado pela mãe.
Mais tarde a mãe foi espiar como ele estava e voltou dizendo que estava dormindo com a cabeça debaixo do cobertor de tanto medo.
Todos riram e esqueceram o incidente.
Roberto e Yeda saíram para dar uma volta pela fazenda.A noite estava linda! A lua cheia parecia sorrir e as estrelas brilhavam sem a interferência das intrometidas luzes de neon das cidades.
Mas, de repente, o encantamento foi perturbado por um apito estridente e quando olharam para trás viram sobre uma árvore uma figura com uma só perna, um gorro vermelho e um cachimbo aceso.
— O saci!
Yeda gritou e saiu correndo. Roberto alcançou-a e procurou acalmá-la, mas ele também não estava muito tranquilo.
Foram andando a passos largos em direção à casa que estava distante, mas quando olharam para trás, lá vinha o Saci correndo com sua única perna atrás deles.
Yeda saiu correndo, escorregou em uma pedra, caiu, machucou o nariz e, a essas alturas já estava chorando desesperadamente e Roberto não sabia se a consolava ou corria mais ainda arrastando-a para casa.
Embora um tanto assustados os pais de Roberto insistiam em dizer que não podia ser, que eles estavam enganados.
Mas Yeda estava desesperada, o nariz sangrava, tudo que queria era ir embora e como Roberto negou-se a levá-la, brigou com ele e no dia seguinte pegou o primeiro ônibus e foi-se.
Todos ficaram muito aborrecidos e intrigados com o incidente embora “ninguém acreditasse em sacis”.
Enquanto isso, lá na cozinha. Jacira, a empregada, apertava o Guié:
— Porque você cortou uma perna de seu pijama branco e escondeu o gorro vermelho e o cachimbo do vovô embaixo do colchão?
—... Eu não fiz isso...
--- Muito bonito! Fingiu que estava com medo e na verdade estava aprontando a travessura! Quero ver se o saci aparecer para você!
--- Sacis não existem! São figuras mistrólógicas!
--- Quem foi que disse isso?
--- Foi o Roberto. Ele sabe das coisas.
--- Humm! Sabe tanto que tem medo do "saci-Guié"! Se o Roberto descobrir não leva você ao circo nunca mais.
Mas todos acabaram achando graça, pois o Guié era o xodó da família com direito a todas as traquinagens.
Roberto o filho do Coronel trouxe a namorada, Yeda para conhecer sua família e passar o fim de semana no campo.
Todos gostaram da moça e estavam felizes com o namoro dos dois, todos, menos o Guié, o negrinho adotado pela família.
Guié e Roberto sempre foram muito amigos. A diferença de idade não era empecilho para que brincassem juntos, jogando bola ou nadando no rio e ainda iam à cidade para a matinê do cinema, o circo ou o parque de diversões, com direito a pipocas e picolés.
Mas Roberto foi fazer o serviço militar, depois arranjou um emprego na cidade e foi-se distanciando dele.
De repente o Roberto era homem feito e o Guié continuava sendo um garoto. Tinha muito ciúme dele. Não gostava de seus amigos e ficava triste quando ela saia para passear e não o levava.
Agora, vendo-o cheio de mimos com a namorada estava em brasas.
Pior do que isso só o medo que o assaltava por ser uma sexta feira 13, noite de lua cheia, e, segundo ele, um saci Pererê que andava rondando o sitio podia aparecer a qualquer momento.
-- Não seja bobo, menino! Sacis não existem. São figuras mitológicas...
— Se ele é figura... mi... mi... Essa coisa ai, não sei, mas ele anda por ai. Já apareceu no sitio do Seu Lucas ...foi o Caluta que disse ...
-- O Caluta está mentindo, ou pode ter visto qualquer animal no escuro e pensado que era ele.
-- Mas o Seu Lucas confirmou e até a dona Leopoldina. Ela ficou com tanto medo que precisou tomar calmante. E a dona Elisa que teve aquele alccê, diz que foi porque o saci passou por lá...
-- É AVC! E agora chega de falar bobagem. Vamos jantar.
Mas o menino estava apavorado. Quase nem comeu e a cada ruído que ouvia olhava assustado para a janela.
Foi deitar-se muito cedo depois de tomar uma xícara de chá de cidreira preparado pela mãe.
Mais tarde a mãe foi espiar como ele estava e voltou dizendo que estava dormindo com a cabeça debaixo do cobertor de tanto medo.
Todos riram e esqueceram o incidente.
Roberto e Yeda saíram para dar uma volta pela fazenda.A noite estava linda! A lua cheia parecia sorrir e as estrelas brilhavam sem a interferência das intrometidas luzes de neon das cidades.
Mas, de repente, o encantamento foi perturbado por um apito estridente e quando olharam para trás viram sobre uma árvore uma figura com uma só perna, um gorro vermelho e um cachimbo aceso.
— O saci!
Yeda gritou e saiu correndo. Roberto alcançou-a e procurou acalmá-la, mas ele também não estava muito tranquilo.
Foram andando a passos largos em direção à casa que estava distante, mas quando olharam para trás, lá vinha o Saci correndo com sua única perna atrás deles.
Yeda saiu correndo, escorregou em uma pedra, caiu, machucou o nariz e, a essas alturas já estava chorando desesperadamente e Roberto não sabia se a consolava ou corria mais ainda arrastando-a para casa.
Embora um tanto assustados os pais de Roberto insistiam em dizer que não podia ser, que eles estavam enganados.
Mas Yeda estava desesperada, o nariz sangrava, tudo que queria era ir embora e como Roberto negou-se a levá-la, brigou com ele e no dia seguinte pegou o primeiro ônibus e foi-se.
Todos ficaram muito aborrecidos e intrigados com o incidente embora “ninguém acreditasse em sacis”.
Enquanto isso, lá na cozinha. Jacira, a empregada, apertava o Guié:
— Porque você cortou uma perna de seu pijama branco e escondeu o gorro vermelho e o cachimbo do vovô embaixo do colchão?
—... Eu não fiz isso...
--- Muito bonito! Fingiu que estava com medo e na verdade estava aprontando a travessura! Quero ver se o saci aparecer para você!
--- Sacis não existem! São figuras mistrólógicas!
--- Quem foi que disse isso?
--- Foi o Roberto. Ele sabe das coisas.
--- Humm! Sabe tanto que tem medo do "saci-Guié"! Se o Roberto descobrir não leva você ao circo nunca mais.
Mas todos acabaram achando graça, pois o Guié era o xodó da família com direito a todas as traquinagens.
Este texto faz parte do Exercício Criativo
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