BALEOTE – O CONTO

BALEOTE – O CONTO

Tudo ocorreu de maneira muito acelerada, uma família de baleia foi acuada. Eram as malditas baleeiras japonesas que driblaram as barcas ecológicas holandesas. Uma baleeira ia para cima da barca, outra baleeira armada de arpão fugia como uma monarca.

Alvo armado para o arpão, o macho deu um jeito como um bom fujão. Outro disparo rapidamente é preparado, o arpão com velocidade é arremessado. O alvo era o pequeno baleote, frágil e lindo filhote.

A mãe sem muita consideração, no filhote dá um empurrão, ela sente o maldito arpão, rasga a carne e logo vem à explosão. O mar tinge-se de escarlate e assim com a vitória do baleeiro encerra o combate.

O pequeno baleote com suas toneladas sentem em seu peito forte pontadas, vê a sua pobre mãe morta, arrastada pelo guindaste ela parece tão torta.

Maldito povo do sol nascente, diz que respeita tudo que é gente, mas mata todo o nosso oceano, esse povo ainda se diz povo humano. Amam tudo o que é antigo, mas faz do mar um jazigo. Mata todos os seres marinhos e ainda falam que são bons vizinhos. Com estes pensamentos de alvoroço ele ia sendo capturado para virar para um japonês um almoço.

Assim o baleote entrou em desfalecimento...

Quando acordou achou que do humano seria alimento...

Estava numa grande e bela enseada, sua entrada por rede era fechada. O Baleote esta mais do que faminto, mas nada comia por causa do seu instinto.

Veio na terra tudo que é especialista também o baleote foi capa de revista.

“Ecologista salva lindo Baleote!”

“Qual será o destino do Baleote?”

O baleote recusava qualquer alimento, ele vivia num canto em isolamento.

O milagre ocorreu quando ele estava bem fraco, com medo de injeção e com olhar opaco. Akamu, um menino de dois anos passeava na enseada, ele e sua mãe vão dar uma volta de jangada. Dia de sol ameno, que trouxe sono para o pequeno moreno. Mãe e filho acabaram dormindo na pequena balsa; o som do mar parecia até gostosa valsa.

A mãe acorda com os berros do filho, no mar ela vê apenas um brilho, o pequeno acordara e caiu no mar e estava começando a se afogar. Sem pensar, a mãe lança-se para fora da jangada, segundos que pareceu mais uma enorme jornada. Nisso ela vê Akamu flutuando sobre o oceano era algo belo e talvez sobre-humano.

Akamu estava nas costas do baleote, ele fazia gestos como manipular um chicote.

Passearam por muito tempo pelo cercado, até que o horizonte ficou dourado. O baleote parou do lado da mãe ainda muda e a mãe e filho foram para a jangada sem nenhuma ajuda. Todos o que viram isso acharam isso impossível, como explicar ao animal selvagem comportamento tão sensível?

Daquele dia em diante houve grande mudança, o passando acabou ficando na lembrança. Naquele dia o Baleote mamou tudo, e o tratador ficou até mudo. Não houve necessidade de sonda naso-gástrica e a noticia se espalhou por toda a África.

E o baleote ainda sem ter nome parecia a todo o momento ter fome.

Tinha momentos engraçados, o baleote sem nome olhava para a cerca com olhares encantados, Então o baleote cantava uma melodia, triste, melancólica mais cheia de energia.

O veterinário e o biólogo achavam que era saudades mãe. Então, dá-lhe antidepressivos e homeopatias em tintura-mãe.

Todos os dias o ritual se repetia, o canto era lindo e vinham pessoas em romaria. Falavam que o baleote sem nome era sagrado, talvez fosse um ser marinho encantado.

Um dia uma mãe e um pequeno menino moreno, vieram ver o baleote que não era mais pequeno.

Akamu no colo de sua mãe mulata para a enseada queria ir como pirata.

Balbuciava algo meio que “baleísticos”, sons antigos meio holísticos.

O Baleote em seu cercado oceânico sai nadando de modo mais que dinâmico. Akamu como um verdadeiro pimpão, sai dos braços da mãe que era uma prisão.

Pula para o cercado, ocorre da mãe um grito desesperado.

O menino aparece na boca do baleote, como felino carregando seu filhote.

O milagre da natureza novamente presente, Akamu está iluminado e sorridente. Assim o pequeno baleote de mais de 10 toneladas e batizado de Aka em sons de trovoadas.

Aka o sorridente, pois ele esta contente.

E assim começa a amizade de Aka a Baleia e Akamu moreno de uma pobre aldeia.

No que dará isso?

André Zanarella 14-08-2013

Baleote: s.m. Filho da baleia, que, ao nascer, mede 5 m e pesa até seis t.

Aka: Significado: Sorridente.

Akamu: Significado: Adão.

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 26/07/2014
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