Não me acorde, por favor (EC)
Este texto faz parte do Exercício Criativo - Meus dois lados
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Na sua presença tudo muda: um não quer dizer sim, um sim vira um talvez, quem sabe? Sério mesmo, tudo muda, inclusive eu, então somos só nós dois; nós dois e um mundo que desaparece. Sabe aquela coisa mágica? Tudo vira valsa, um casal num banco de praça, um buquê de rosas, uma chuva inesperada, um nascer de sol, essas coisas românticas que prevemos nos filmes e queremos pra gente. Eu me vejo lá, com você e meia dúzia de filhos e centenas de netos, e bisnetos bem gordinhos, com bochecha pra morder.
Não podia ser assim? Sim pra vida inteira? Sonhar pra não acordar e acordar só quando virar realidade?
Não podia virar sinceridade? Dizer o que se sente? Extravasar, jogar a máscara? Trocar uma sala de reunião cheia de executivos chatos por uma vida simples no campo? Realidade absoluta pela relativa?
Enquanto você está aí, falando dos infográficos, eu estou aqui, balançando a cabeça, concordando com sei lá o que você diz sobre a queda da bolsa, riscando uns números em forma de coração, fingindo ser um ser inanimado, assexuado, desprovido de sentimentalidades.
Muito triste isso. Posso continuar sonhando? Estamos num arranha-céu! Percebe? Olha! Voa comigo praquela nuvem! Ela se forma só uma vez, depois evapora e finda!
Se vai continuar aí com essa indiferença toda, é melhor não atormentar minha alma cobrando resultados numéricos. Ela está indo embora, não te interessa. Mas não se preocupe, minha cabeça tá balançando, minha mão tá anotando, não menciono sentimentos, continuo profissional.
Não me acorde, por favor; a não ser que seja pra dizer que me ama.
Não podia ser assim? Sim pra vida inteira? Sonhar pra não acordar e acordar só quando virar realidade?
Não podia virar sinceridade? Dizer o que se sente? Extravasar, jogar a máscara? Trocar uma sala de reunião cheia de executivos chatos por uma vida simples no campo? Realidade absoluta pela relativa?
Enquanto você está aí, falando dos infográficos, eu estou aqui, balançando a cabeça, concordando com sei lá o que você diz sobre a queda da bolsa, riscando uns números em forma de coração, fingindo ser um ser inanimado, assexuado, desprovido de sentimentalidades.
Muito triste isso. Posso continuar sonhando? Estamos num arranha-céu! Percebe? Olha! Voa comigo praquela nuvem! Ela se forma só uma vez, depois evapora e finda!
Se vai continuar aí com essa indiferença toda, é melhor não atormentar minha alma cobrando resultados numéricos. Ela está indo embora, não te interessa. Mas não se preocupe, minha cabeça tá balançando, minha mão tá anotando, não menciono sentimentos, continuo profissional.
Não me acorde, por favor; a não ser que seja pra dizer que me ama.
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