A PASSAGEM DO ANO

Faltava pouco mais de meia hora para a meia-noite do dia 31 de dezembro de 2013. Um grupo de amigos havia se reunido na casa de Mário para brindar o Ano Novo, e agora todos rumavam para Copacabana para ver o show dos fogos de artifício. Para uns seria a primeira vez.

Cada um tinha dentro de si pelo menos um desejo. Geraldo gostaria de encontrar sua cara-metade visto que a maioria de seus amigos já estava namorando alguém enquanto ele continuava só.

Lúcia não só procurava por um namorado para chamar de seu, mas também iria prestar outro vestibular para um curso universitário diferente do primeiro. Quem sabe desta vez ela iria se realizar profissionalmente.

Valéria tentava se readaptar ao Brasil após ter morado em Londres por mais de um ano. Agora que a realidade estava diante de seus olhos, tinha que manter os pés no chão e arrumar um emprego para se sustentar, e deixar de viver da mesada do papai.

Ivonete procurava saber se seria capaz de manter seu emprego na escola de que tanto gostava.

Angélica não sabia o que fazer de sua vida. Será que deveria insistir numa relação que começou tão bem, mas que hoje em dia a estava machucando muito, ou deveria ser um tanto egoísta e deixar que a vida a levasse por um caminho mais leve e bonito.

Bia pedia a Deus para que a doença que ela contraíra pudesse se desenvolver bem devagarinho até que pesquisadores pudessem vir a público informar que haviam conseguido impedir que o mal avançasse, e que estavam prestes a descobrir uma possível cura.

Havia também o casalzinho formado por Mário e Ângela, que estava ainda vivendo o clima de recém-casados e que pensava sempre em viajar. Enfim, cada um deles sonhava em achar respostas ou concretizar seus anseios no ano que estava para começar.

Quando o relógio estava para bater meia-noite, as rolhas das garrafas de champanhe estavam prontas para estourar. Foi quando os fogos iluminaram os céus com um colorido de tirar o fôlego. A multidão olhava encantada, outros se beijavam, abraçavam, brindavam, e tiravam fotos. Os enamorados trocavam juras de amor enquanto os solteiros olhavam com um misto de respeito e inveja aquela explosão de carinho.

Com os corações renovados de esperança, todos voltaram a pé para casa e acamparam na sala do casalzinho. Ficaram ali conversando, bebericando um vinho branco geladinho até que o sono foi pegando um a um. Com as pálpebras pesadas, eles se deixaram dominar pela bebida e pelo cansaço, e dormiram acreditando que aquele novo ano talvez lhes reservasse boas surpresas. Foi um sono bom esse!

Beth Rangel
Enviado por Beth Rangel em 20/01/2014
Reeditado em 13/08/2014
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