(Fotos:- Consegui este "horizonte", da minha casa, numa hora que não foi qualquer, quando o sol rasgou o breu para despedir-se daquele triste dia, dando lugar a mais uma noite que poderia amenizar as dores.)

NÃO FOI QUALQUER...

Por um meio de comunicação qualquer...
recebeu mensagem que, por soar metálica, já não
foi vista como qualquer. O cunho afiado do texto rasgou o espesso véu que lhe turvara a visão e permitiu-lhe, finalmente, ver o largo e iluminado caminho oculto - por algum tempo - em esperanças vãs.
 
E milagrosamente brotou a compreensão
e renasceu a alegria...
 

...E não foi uma alegria qualquer...
instável, frágil, passageira, mas a alegria segura, forte, pura, porque aplaudida e apoiada pela alma e coração, que não costumam manifestar-se por alegrias quaisquer.
 

...E não provocou uma decisão qualquer...
e sim aquela difícil, ditada pela razão, consciente e já muitas vezes aventada como certa, mas rejeitada pelo instinto e bem mais pelo coração.
 

...E não mereceu uma oração qualquer...
foi de joelhos, em gratidão, com chuva d’alma, como tantas outras profundamente intensas, quando rogou fervorosamente a Deus que permitisse suas ideias fossem aclaradas e sua força redobrada.
 
...E não restou uma lição qualquer...
porque surgiu divina luz naquele breu e uma dádiva em experiência, pois aprendeu que muito pouco sabe sobre o ser humano, isto é... que qualquer doce aparência pode esconder um sabor muito e bem amargo que, por tão amargo... 
 
não se faz qualquer.

 

(Foto:- Registrar "tumbérgias" também ajuda a enfeitar algumas noites.)