Desaparecido!

Tentando escrever um poema de alegria, foi assim que tentaram me pegar aquela vez. Os caras vieram do nada, dois baita negões bichas, vestindo roupas brancas e segurando injeções do tamanho de uma furadeira Bosh porte industrial. Disseram que tinham ordem do juiz para me mandar pro sanatório, que já era tempo, e que minha mulher, juntamente com os outros familiares, haviam assinado a interdição.

Eu que nem ficara sabendo de nada! Nem sequer que me tachavam ‘doidão’... Por que não me avisaram?, “Poxa, você está doido! Não acha melhor ir para um sanatório?”...

Um tentou me pegar pelo calção, mas fui mais ágil e dei-lhe um olé, como antigamente, quando brincava de ‘atravessar a rua’... O outro escorregou no chão encerado, batei de cheio com o coco na pilastra e acho que morreu, pois consegui saltar pelo muro cheio de cacos de vidro dos fundos de minha casa e nunca mais fui visto... , nem sequer fiquei sabendo das notícias...

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 14/08/2013
Código do texto: T4434202
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