Se falou em pássaro de agouro , coitada da D. Coruja e do Seu Corvo, que nem tem aqui no Brasil, ou sei lá, de qualquer pássaro preto! Ô racismo dos grandes !!!!!  Mas , vamos lá, eu tenho uma história diferente para te contar, meu leitor.
Minha avó materna tinha uma crença, se entrou passarinho dentro de casa, alguém vai morrer! Ai, que medo !!!!  O pior é que eu convivia também com a minha avó paterna que morava na mesma rua e que a sua cozinha enorme não tinha laje e os passarinhos entrava a toda hora e até faziam ninho nas telhas francesas. E esta avó teve três derrames, trombose, puxava de uma perna, tinha um braço esquecido, e fazia tudo, e morreu muito, muito tempo depois , depois dos oitenta, igual a vó materna. Nada de morte até aí.
Porém a vida é engraçada, e a raiz de uma crendice teima em ficar, eu demorei muito a ter contato com a morte( não lembro da morte do pai aos seis anos de idade) mas quando o vô paterno morreu subitamente, eu já tinha trinta anos e passei a pensar em passarinhos.
Jamais tive passarinhos em gaiolas! Tenho horror a isto...
Até que...  entraram dois pardais dentro da minha casa, enxota daqui, enxota dali... dois dias depois minha sogra vem a falecer. Entra um beija-flor na minha casa,  enxota daqui, enxota dali, espera escurece, joga um lençol dele, acalma o bichinho, tira ele de casa, no outro dia, meu sobrinho que estava em coma, com apenas cinco anos de idade, vem a falecer. E passei acreditar na crendice da vovó,  porque passei a tratar com tranquilidade a questão. Se entrar um passarinho aqui em casa, alguém vai morrer. Não trato como agouro, trato apenas como mais um mistério da vida, e minha vó sabia viver a vida, ela tinha um olhar diferente para com ela...
Nos últimos meses da vida, quando a doença piorava, de  minha mãe, ah, quantos passarinhos entraram nesta casa, acho que todos os dias... mas não havia nenhum perto da sua partida... Que poderia me explicar isto? 





NOTA : Este poema foi o que fiz no dia da partida da mamãe!





Este é o Exercício Criativo: Pássaro de Agouro
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Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 25/03/2013
Reeditado em 29/03/2013
Código do texto: T4206823
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