O DÁIMIO E A SAKUYA

O DÁIMIO E A SAKUYA

A nossa história se passa numa época muito distante, onde tudo era limpo e o sol mais radiante. Época onde encantados e humanos viviam como iguais, fadas voam livres indo a todos os locais, belos elfos cavalgavam pela natureza e os dragões se esbaldavam em sua beleza. Também nessa época encantada surgiram civilizações e por incrível que pareça até mesmo grandes nações. Em varias partes do nosso universo vieram visitantes, era uma explosão de idas e vindas contagiantes.

Os visitantes em partes do mundo ajudaram a construir monumentos, em troca foram cultuados como deuses e levaram daqui muitos alimentos, em outras partes nossos amigos de outros planetas vinham para aprender com a nossa animalidade e eram estudiosos de tudo que era civilização no universo o que importava era a novidade.

Nessa época as Tulipas eram apenas de cor escarlate, eram usadas como brasão em combate; nasciam apenas na distante Turquia cultivadas por lindos fadas machos de grande hierarquia. Anões petrificavam os botões para transforma-los em lanças, pistilos eram cristalizados para dar de lembranças e os maiores botões ao desabrochar eram transformados em lindos turbantes. Essas peças eram cobiçadas por todos os viajantes.

As fadas usavam as tulipas como símbolo de status e poder, os anões manipulavam a flor como símbolo de pericia e de saber. Apenas as bruxas sabiam tecer a folha da tulipa, elas não revelavam o segredo nem lhe tirando a tripa.

Em nosso planeta nesta época era assim, as culturas explodiam em beleza sem fim.

Aos pés do monte Fuji havia um grande daimiado, por cultivos e flores ele era adornado; Shimazu Makiakiara era o seu daímio valente. Ele era respeitado por tudo que era gente. Dai Gohan era chamado pelos seus súditos, assim é encontrado nos manuscritos. Dai Gohan que significa “grande arroz”.

Quando era jovem lutou de maneira feroz, bárbaros invadiram o daimiado, mataram os homens e o povo ia ser escravizado.

Dai Gohan que era pequeno menino, manipulou uma foice como ser divino. Atacou e o matou o Xogum, como sendo uma pessoa comum. Ao verem isso as mulheres e crianças do lugarejo, caíram em cima dos soldados como um lampejo. Mesmo usando ferramentas de agricultor o povo da vila saiu da batalha como vencedor.

Naquele ano Dai Gohan negociou alimento para o seu povo, mesmo ele sendo um menino muito novo.

Antes dos doze anos tinha reconstruído seu daimiado, e todos que por ali passavam ficavam admirado.

Aos dezoito anos o daímio Dai Gohan se preocupava apenas em manter a paz e todos perguntavam como ele podia ser desde feito capaz. No seu aniversario veio representantes de todo o mundo. Anões dos cantos da Terra mais profundo, fadas como suas lindas asas coloridas, salamandras que pareciam unidas, dragões de tudo que é linhagem, ate alguns seres místicos dito ainda selvagem. Teve presentes de tudo que é qualidade, mas o que chamou a atenção de Dai Gohan foi uma flor que era novidade.

Pós todo o ritual de inicio da festa, Dai Gohan chama uma fada para a floresta, ele queria saber mais sobre a exótica flor das fadas, a linda fada turca entre risadas, explica que a flor é sazonal ela ainda num futuro distante será um símbolo nacional, mas não de seu pais de origem, mas o futuro pode causar aos humanos vertigem.

“Tulipa é a flor carmesim, ela da flor depois morre parece que o fim, mas no solo fica bulbo dormente, dormira embaixo do gelo para depois despertar contente”.

Dois anos passaram rapidamente como uma ventania e Dai Gohan, se orgulhava de ter o maior jardim de tulipas fora da Turquia.Ele mesmo após a floração retirava os bulbos da solo, limpava-os um a um em um avental em seu colo, guardava-os por três meses e plantava-os. Para plantar para região do Fuji ele levava-os.

Quando Dai Gohan tinha vinte e cinco anos de vida, para sua vida ser completa só faltava-lhe uma prometida, naquele ano como sempre ele levava as tulipas para o seu sono hibernal, quando que o destino lhe prega uma peça colossal.

Dai Gohan vê uma figura magistral, ela nem parecia ser feita de algo material, branca como as neves, como movimentos suaves e leves, cabelos cintilantes e chegava ao calcanhar, era impossível essa visão de acreditar. Vestia uma roupa de um tecido que parecia refletir o meio ambiente, roedores e pássaros, tudo parecia mais contente. Seus olhos eram de um tom de azul tão claro que pareciam uma safira, se ele contasse a alguém iam falar que era uma mentira.

O contato foi um susto para os dois, nenhum deles sabia o que esperar depois. Dai Gohan tentou falar, ela fez sinal para ele se calar.

Sakuya era o nome da bela donzela, essa informação veio em sua mente como a luz de uma vela. Ela mostrou para ele que ela estudava os vegetais que o topo do Fuji servia como um cais, Sakuya era uma botânica intersideral e isso não tinha nada de sobrenatural.

Depois que ela se apresentou dessa forma ele se acalmou, sentou na relva e até relaxou.

Sakuya tocou de leve em sua fronte e ambos perderam a visão no horizonte. Era uma comunicação de troca de imagens e sentimentos.

Dai Gohan mostrou a dor do suicídio da mãe, a morte do pai por emboscada e todo os seus sofrimentos.

Sakuya mostrou um planeta todo de água turquesa, onde ela abdicou de ser princesa.

Ele mostrou a revolução quando criança e teve que reconstruir tudo apenas com a esperança.

Ela mostrou estrelas nascendo e também mostrou civilizações belíssimas morrendo.

Ele mostrou o seu amor pela tulipa à flor e que teria que casar com uma desconhecida sem amor.

Ela mostrou que há amor que transcende a matéria isso é uma realidade como a lei da inércia.

Sakuya e Dai Gohan ficaram horas ali parecendo ter apenas uma alma, a natureza naquele tempo apresentava sua maior calma.

Sakuya e Dai Gohan se encontraram vários dias a fio, quando um estava longe do outro só havia vazio. Ela apesar de ser de um povo muito mais avançado tecnologicamente, nunca havia conhecido numa pessoa uma beleza tão grande em sua mente.

O sentimento dos dois cresceu rapidamente, eles resolveram então fazer o que seria o mais coerente, comunicar a todos os súditos a união do casal, mesmo eles sendo seres tão desiguais.

Daí Gohan tinha a plena certeza da aceitação de seu povo, eles saberiam lidar com algo tão novo. Sakuya tomava como base a mente de seu amor e acreditava que não teria nenhum opositor.

O daímio entra na vila de mãos dadas com a senhora, a noticia espalha com uma virulência sem demora. Ruas vazias por eles passam, janelas se fecham por onde eles passam, uma criança corre na direção deles com uma flor e rapidamente surge uma mãe para pegar a criança como horror.

Daí Gohan transmite a imagem que pode acalmar a situação, pois todos por ele têm verdadeira adoração.

Eles mal chegam a seu pequeno castelo, surgem súditos munidos de foice, machado e ate cutelo.

“Morte a bruxa estrelar! Cuidado ela pode nos contaminar!”

Era tanta gritaria e uma pedra na cabeça de Daí Gohan fez a pontaria.

Antes de ele desmaiar:

“Fuja meu amor sou te encontrar!”

Por ali havia vários encantados e vendo a confusão tentou deixar todos desorientados.

A fada turca ajuda Sakuya a fugir para região dos celeiros de arroz, enquanto que seu parceiro tentava impedir os humanos de maneira feroz. A tentativa por mais valorosa que tenha sido foi ineficaz.

Os súditos atacados por um crise de preconceito acabou apedrejando Sakuya, pois achava isso era o direito, afinal o que é diferente não é gente.

O sangue de Sakuya era carmesim ela estertorava e sofreu até o fim.

Morreu ao lado de um celeiro.

Daí Gohan não foi suficiente ligeiro.

A dor dele era algo sem dimensão, parecia que seu coração ia sofrer uma explosão.

Não havia ali nenhum humano, ou melhor, falando desumano, estava chegando encantados dos quatro cantos, todos traziam na face e no coração seus prantos.

Sakuya era conhecida por todos os encantados.

Daí Gohan apenas pede ajuda aos encantados.

“Não podemos prender a alma de Sakuya em nosso planeta, sua alma tem que voltar a seu planeta”.

“Transforme-a em uma tulipa nevada ou então numa tulipa de pétala dobrada?” – berrou Daí Gohan - “As plantas era a sua paixão e ela ficara presa ao nosso chão.”.

“Impossível amigo valente, isso não é com a gente!”

Nisso, ali mesmo o daímio pega um punhal e se mata de uma maneira brutal, já não veria mais Sakuya, por que viver?

O ato deixou todo mundo sem se mexer.

O tempo passou o daimiado caiu nas mãos de um tirano e os súditos se arrependeram de seu engano. Iam até a região onde morreu Sakuya e Daí Gohan fazer oração. Um dia do nada brotou de uma rocha uma arvore diferente, nesse dia todo o povo sonhou com Daí Gohan e ficou contente. Essa arvore nobre foi chamada de cerejeira. Passado um tempo louco ficou o tirano e esse resolveu se juntar a uma trupe de cigano.

O daimiado caia nas mãos de uma concubina, ela tinha o dom da visão no fogo da lamparina.

Ela chamou o povo numa noite de lua inteira, e falou a todos de sua maneira:

“A alma do Daí Gohan está na cerejeira, ele quem fez o tirano sair de carreira.”

Passaram às estações o daimiado prosperava na mão da concubina, novamente ela convoca o povo na voz de menina.

“Hoje teremos visita do espaço, vamos saudar uns aos outros num abraço.”

Foram ate a região dos celeiros cantando, chegando lá caíram em oração.

A cerejeira estava toda em flor, aquilo só poderia ser obra do amor.

A alma de Sakuya viera de seu planeta se juntar ao seu amor, ela veio na forma de uma flor, deixaria frutos na cor de carmesim, mas isso ainda não é o fim.

O remorso falou mais alto no povo japonês, a flor se chamou Sakuya ou melhora Sakura, pois o povo local era camponês.

Desde a morte de Sakuya e do daímio nunca mais nasceu tulipas naturalmente no Japão, mas as cerejas têm as cores das tulipas originais.

A profecia da fada turca sobre as tulipas feita para o grande daímio Shimazu Makiakiara foi cumprida até hoje e se discute a origem de tão bela flor, Turquia ou China? Não importa ela é flor símbolo da Holanda.

Hoje a cerejeira é a arvore símbolo do Japão

Que os daímios Shimazu Makiakiara e a belas Sakuya tenham qual nome for possam vivenciar o seu amor livre do preconceito humano.

Fim.

André Zanarella 01-05-2012

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 17/02/2013
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