Olhar distraído

Copacabana, ai de mim, que distraída, andando por suas ruas e avenidas movimentadas, logo ali numa esquina, aguarda-me uma pegadinha, um buraco na calçada, e à frente mais outros tantos. Atenta, observo certos idosos, circulando com seus apoios, elegantes bengalas, mas, que por certo, não os livrarão de se machucarem ou mesmo quebrarem qualquer distraído pé.

Observo idosos de rostos meigos, alegres e educados, outros, com jeito zangado, ou mesmo entediado, resmungando frases indecifráveis. Difícil imaginar o que se passa nessas mentes. Talvez, o cansaço de já terem presenciado tantos fatos, o desgosto de desavenças no lar, ou mesmo certo abandono de quem tanto se ama.

Pessoas se atropelando como se, para uma batalha estivessem indo, com gigantes bolsas e mochilas, que para os mais distraídos pouco custa ir ao chão.

Em qualquer outra esquina, de repente, bueiros bizarros explodindo, tirando o sossego de quem passa.

Copacabana é assim, o agito não para. Pessoas apressadas, trabalhadores atrasados, banhistas ansiosos por mergulharem em suas frescas águas, e turistas perdidos ou de tão encantados não cessam de circular. Lotam bares e restaurantes, lojas e mercados e consomem com tal intensidade, talvez pela rotina de procurarem diversões, praias e outros prazeres.

Caminho até a famosa Avenida Atlântica, e desfilo no formoso tapete desenhado de pedras portuguesas. Por um instante paro para contemplar as ondas do mar, sentir a brisa fresca me acariciando, o prazer do gosto verde da água de coco, e breve descanso numa silenciosa prosa com o poeta Carlos Drumond de Andrade.

Em cada pedaço desta linda e famosa praia, observo pessoas ao sol se bronzeando, outras caindo ao mar para se refrescarem. Atletas com fôlego correndo no calçadão, alguns apenas caminhando fazendo seu exercício diário, outros aproveitando prováveis momentos de folga no trabalho ou mesmo na rotina do lar.

Gente curtindo férias, turistas vermelhos estranhando o forte sol, e a garotada fazendo castelos de areia, que logo a água porá ao chão, e incansáveis, tantos outros farão.

De encantamento por sua beleza, linda e mais famosa, a princesinha do mar. Copacabana, quem te conhece a teus pés vem se dobrar.

Majestosa Copacabana atrai quem de ti ouviu falar e misteriosa faz por ti se apaixonar.

Copacabana, tantas são suas belezas naturais, um céu que chega de tão azul avermelhar, coloridas gaivotas que teimosas nos fitam sem piscar.

Copacabana, ai de mim que por ti enamorada fiquei.

Soberana, e linda assim!