A grande festa

Naquela noite, eles chegaram do trabalho perto das dez horas. A mãe demonstrando certa preocupação, indagou se esqueceram de que era noite de natal. A família tinha por costume ir à missa do galo e todos teriam de se apressar para não chegarem atrasados.

Quando os filhos gêmeos saíam, sempre gostavam de colocar uma bonita roupa e um perfume. Costumavam demorar na arrumação, já que estavam em idade de começar a namorar e as meninas ficavam bastante animadas ao vê-los.

Nesta noite especial, toda a família saía e permanecia unida, comemorando alegremente o nascimento de Jesus.

Normalmente, um dos rapazes era bem calado, e se o irmão não insistisse, agradava a ele, ficar em algum lugar tranquilo ouvindo a natureza. O que mais gostava de fazer era ler no silêncio, onde quase pudesse ouvir as letras.

Com frequência sua mãe dizia não saber de quem o filho herdara o gosto pela solidão e leitura. Na família, somente ele conseguira chegar tão longe nos estudos.

Este peculiar gosto pela leitura e solidão o levou a frequentar um grupo de jovens na igreja mais próxima de sua casa, onde se identificava com outros jovens que também curtiam a leitura e o retiro. Sempre tinha um tema importante sobre o qual conversavam.

Com passar do tempo, sentiu necessidade em participar mais ativamente na igreja, onde aprendera muito sobre o Livro Sagrado.

Procurava levar a outros jovens da comunidade, incentivo para despertar o interesse pela leitura, e compartilhar o conhecimento do Grande Livro.

Deste entrosamento com a igreja, surgiu o interesse de ser seminarista e tornar-se um Sacerdote, onde poderia semear tantas sementes quanto possível ao redor do mundo.

Os pais levaram um choque com a atitude do rapaz, pois sonharam ver os dois filhos casados e muitos netos correndo em casa.

Mas, não demoraram a perceber quanta alegria o filho lhes dava, pois ensinava sempre mais, sobre a vida exemplar que Jesus deixou para todas as pessoas. Ele jamais desobedecera a qualquer pedido dos pais, e por isso enchia-os de orgulho.

Sempre fora apaixonado pelas festas de natal, porém, essas festas deixaram de ser particulares, e passaram a ser coletivas, com a grande família da qual fazia parte.

A alegria de compartilhar o Natal com sua comunidade era tão contagiante, que muitas famílias há muito afastadas da igreja, retornaram e se juntaram a essa família, a exemplo da família de Jesus, Salvador do mundo.