Balanços e mais Balanços!
 
Na minha adolescência a tranqüilidade imperava. Nada havia acontecido que pudesse estremecê-la. Eu frequentava um bom colégio e todos os seus alunos, naquela época, eram bem comportados e gostavam de estudar. Naquele tempo eu gostaria de passar por uma ponte pênsil para sentir seu balançar, por mais leve que fosse. Logo chegou a era do rock. Seu ritmo fazia meu corpo balançar. Eu delirava! Não demorou muito e comecei a sentir que notícias tristes balançavam o meu viver e o meu modo de sentir. Tudo me deixava inconformada. Mas depois tudo piorou. Já adulta conclui que gastos exagerados estavam mal balançando minhas posses. Claro! Eu não pensava em nada, eu somente queria gastar e gastar mais e mais. Eu fazia há muitos anos o que os jovens têm feito ultimamente. A diferença é que não havia o cartão de crédito nem o cheque especial. Tive que parar de jogar dinheiro fora e passar a economizar. Foi difícil, mas aprendi a me programar. Aos poucos consegui juntar um bom valor e fiz a viagem dos meus sonhos. No meio do percurso houve uma tormenta e senti o balanço amedrontador do enorme transatlântico ao atravessar o Estreito de Magalhães. Foi uma adrenalina máxima para mim que sou aventureira. Anos se passaram e até hoje continuo sentindo balanços e mais balanços. Uns são bons e trazem alegrias, outros não. De verdade, o que mais gosto é ouvir um jazz que logo deixa meu corpo balançar dentro de seu ritmo abrangedor.
Deyse Felix
Enviado por Deyse Felix em 17/04/2012
Reeditado em 27/11/2016
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