NÓ...NA ROÇA!

Prá chegar lá eu passava por um trio estreito,

com picão misturado no capim

de uns trinta centímetros de altura que pinicava a pele.

A chuva já havia molhado os arbustos e eu,

com a calça encurtada,

molhava minhas canelas com aquele orvalho frio.

Casinha pequena, tijolos desiguais,

telhas antigas de barro, verdes de lodo,

seguravam a velha porta, que ao ser aberta,

soou aquele rangido de boas vindas.

Eu já havia acendido o fogão de lenha

com alguns gravetos meio encharcados

que fumegavam devagar, e então de repente,

me vi sentado no rabo daquele fogão,

com os olhos ardidos, fazendo um cigarro de palha,

desde o vinco da palha até o ardume na língua!

O barulho do pingo da goteira naquela lata aumentava,

e eu peguei a pensar...

GERALDO MARIA DE OLIVEIRA
Enviado por GERALDO MARIA DE OLIVEIRA em 24/03/2012
Código do texto: T3573846
Classificação de conteúdo: seguro