Na estação. (mini conto)
E o calor estava demais, um ar seco terminava de piorar minha respiração já afetada, tal como pequenas mãos agarrando minha laringe e impedindo a entrada do ar, e a multidão de pessoas eufóricas em suas vidas apressadas querendo todas ao mesmo tempo ser o primeiro a se utilizar do caótico (e caro) transporte público e atrapalhando a si próprios. E de longe, eu assisto a cena, procuro um banco para sentar e o faço; o pôr do sol pinta as paredes da já de idade estação de trem, o ouro alaranjado cobre toda a parte cinza áspera voltada ao por do sol, uma mistura entre o cinza e o dourado, aqui e ali, dançando com o passar do tempo e com o lance de sombra dos trens a passar, me perco em muitos pensamentos, desejando continuar ali até que a sombra da noite me privasse de toda aquela beleza. Consultei então o relógio, já estava muito atrasado, corri para dentro do primeiro trem que estacionou ali, após todo aquele momento e por fim suspirei amargamente ao ver novamente os rostos estressados de todas as pessoas apressadas ali.