A VACA ALEGRIA

São muitas as ruínas que afligem a alma humana.

Nosso personagem é uma variável de nomes, por tanto dar um nome a ele não seria justo a tantos outros. Vamos chamá-lo de sujeito.

Esta só, infinitamente só em meio a um muro que havia construído durante toda uma existência. Nascera de ventre de mulher, possuía família, tipo família que se tem em um quase rasgado papel de foto.

Há muito tempo vagava por um imenso mundo onde criara seu próprio universo, não é louco, nem um fugitivo da lei, apenas estava longe de uma historia com um final feliz.

Muitas são as perguntas de como se chega a um final feliz, nosso sujeito apenas grita quando alguém passa pelo seu mundo.

“Quem vem lá”? “Ta” subindo ou “ta” descendo?

O que se aproxima traz na fisionomia o cansaço de muitas léguas e o suor misturado com o pó de muitas terras. O estranho se aproxima e o sujeito olha como se olha-se a si mesmo.

““ Não se inquiete homem sou um boiadeiro, venho de longe.

Sai com três mil boiadas, atravessei vários rios e muitos dos animais morreram ou afogados ou devorados por piranhas.

Entrei nesse solo seco com 20 bois e a vaca alegria. Se voltar por onde vim homem,Vera o resto da boiada regando com sua carniça esse solo seco e quente. “Restaram eu e a vaca alegria. Porem, numa tarde dormi, cansado exausto e quando acordei alegria foi embora. Desde então “tô” rodando esse lugar atrás da minha alegria.”

Acaso não viu passar por aqui, uma vaca assim pequenininha (faz gestos) e que atende por nome alegria?

O sujeito coça a cabeça e responde ao boiadeiro dono de alegria:

“Moço, tua historia é triste como tudo aqui. Porem te digo, alegria não passou por aqui, só um monte de tristeza.”

Sendo assim, (retorna o boiadeiro), vou continuar a minha busca por alegria, “inté” homem.”

Quando já estava algumas dezenas de metros o sujeito gritou ao boiadeiro:

“Toque seu berrante homem, quem sabe alegria não te ouve e volta”.

Do autor: poderia colocar fim, mas ainda não o é.