O mistério do sonho...

Era madrugada! A lua incidia jatos de luz sobre a Terra.

A brisa suave fazia os galhos das árvores sussurrarem.

Joana estava numa sonolência profunda, talvez um transe hipnótico. De repente, estava numa casa muito estranha. As portas eram duplas, amplas e altas.

Viu Iris, vestida num vestido de noiva enfeitado de botões de rosas, mesclados de branco e rosa. Cobria graciosamente toda a superfície da cama, onde a noiva se achava sentada com um leve sorriso.

Joana circulou por amplas salas procurando os convidados.

O silêncio era sepulcral. Assemelhava-se a um casarão abandonado.

Nesse ínterim, Joana vivia um sentimento de dualidade. Vislumbrava a noiva, e ao mesmo tempo, Marisa parecia flutuar em sua casa.

A alma de Marisa estava em desespero, sentia uma dor suprema.

Joana, naquela dualidade, parecia dividida em duas, conseguia contemplar a noiva, e ao mesmo tempo a dor e o desespero que envolvia a alma de Marisa.

Joana acordou, ficou intrigada e pensativa.

E o noivo onde estava? Era tão real a cena que ela passou dias conjeturando.

Vez por outra, tentava retomar aquela visão, mas não conseguia desvendar o mistério.

Certo dia, Joana entrou no campo da saudade, enquanto admirava as flores e os pássaros, monologava: ”Como será o outro lado da vida?” Caminhou alguns metros e foi levada a uma sepultura. Comovida leu o nome do amigo Ju. Lembrou-se do filho da sua amiga...

A superfície da sepultura estava coberta com botões de rosas, exatamente iguais aos do vestido de noiva de Iris, no sonho. Os botões ali estavam lindos, porque havia poucos dias que Ju havia partido. Joana sentiu um calafrio e as lágrimas deslizaram pelo seu rosto. Acabava de decifrar seu sonho...

O pensamento de Joana transcendeu...

Joana teve a nítida impressão da presença de Ju e se despediu com um até breve...

A verdade é que Ju morreu num acidente de carro quase no início da primavera.

Iris namorou Ju muitos anos desde a adolescência.

Marisa era mãe de Ju. Joana era amiga das duas.

As imagens do sonho ficaram nítidas no pensamento de Joana...

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magda crovador
Enviado por magda crovador em 15/09/2011
Reeditado em 16/09/2011
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